O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) negou nesta quinta-feira (13) o pedido de revogação da prisão da procuradora aposentada Vera Lúcia de Sant'Anna Gomes, acusada de torturar uma menina de dois anos de idade que estava sob sua guarda provisória. O advogado dela, Jair Leite Pereira, solicitou a revogação sob o argumento de que ela não causa impedimentos ao andamento da investigação, reside em endereço fixo e não tem antecedentes criminais desfavoráveis.
Em sua decisão, o juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, em exercício na 32ª Vara Criminal da capital fluminense, destacou que a soltura prematura da acusada poderá prejudicar a colheita de provas. Vera Lúcia estava foragida desde ontem, quando sua prisão foi decretada.
Na segunda-feira, a Justiça negou o pedido da defesa que pedia a revogação da prisão da procuradora. Hoje, ela se entregou à Justiça no Fórum do Rio, no centro da cidade. Vera Lúcia chegou ao TJ com um turbante cor de rosa na cabeça e óculos escuros e chorou em alguns momentos.
Prisão domiciliar
O advogado de Vera Lúcia havia dito hoje, antes da decisão, que entraria com um pedido de prisão domiciliar para a procuradora aposentada caso fosse negada a revogação de sua prisão preventiva. Pereira afirmou que, apesar de o benefício ser garantido a partir dos 70 anos de idade, fará o requerimento em favor da acusada, de 66. "Vou pedir pelo estado emocional dela e pelas circunstâncias da acusação", explicou.
Segundo ele, a procuradora ficará presa na penitenciária feminina Nelson Hungria, localizada no conjunto de presídios de Bangu, na zona oeste do Rio. Pereira afirmou que, nesta unidade, há uma cela para presos com curso superior.