Dez minutos após o início da operação realizada no fim da madrugada deste domingo, as forças de segurança já haviam ocupado completamente as cinco favelas do complexo de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro. Neste domingo, os agentes vasculham as favelas à procura de traficantes, drogas e armas. Não há registros de confrontos até o momento.
Os veículos blindados da Marinha abriram caminho derrubando barreiras de concreto colocadas por traficantes nas principais vias de acesso às favelas de Manguinhos, do Jacarezinho, Mandela 1 e 2 e Varginha. Em seguida, os policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) ocuparam essas comunidades.
A Polícia Civil ocupou a favela do Jacarezinho. Por volta das 5 horas da manhã deste domingo, traficantes do Jacarezinho atearam fogo a sofás, pedaços de pau e pneus na entrada da favela para tentar impedir a entrada da polícia. Eles também soltaram um lança rojão, que explodiu, assustando policiais e repórteres que acompanhavam a ocupação.
Enquanto cerca de 160 policiais civis davam início à ocupação na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio, agentes da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura começaram a recolher dezenas de usuários de crack que se aglomeravam nas imediações da comunidade, que abriga uma das maiores cracolândias da cidade. Os assistentes sociais tiveram apoio de policiais civis da Delegacia de Combate às Drogas e de policiais militares do 3º Batalhão (Méier). Até às 9 horas, foram recolhidos 79 adultos e 15 menores usuários de crack. Todos foram encaminhados a unidades de triagem da Prefeitura.
Na rua Gil Gafrée, um dos acessos à favela de Manguinhos, policiais militares do Bope explodiram uma barricada de concreto fincada na rua pelos traficantes. Após a explosão, uma retroescavadeira recolheu os destroços que foram colocados em um caminhão da Polícia Militar.
Cerimônia
Está prevista para 10 horas a cerimônia de hasteamento da bandeira do Brasil em uma praça localizada no interior da favela de Manguinhos. O hasteamento simboliza a retomada do controle dos territórios dessas comunidades para as forças do Estado.
As principais vias da região, como as avenidas dos Democráticos, Dom Hélder Câmara e Leopoldo Bulhões permanecem interditadas ao tráfego de veículos por motivos de segurança. Apenas viaturas policiais e veículos de imprensa são autorizados a circular por essas vias.
A previsão da Secretaria da Segurança do Estado do Rio é de que a UPP seja implantada até o fim deste ano. O governo promete inaugurar 40 UPPs no Rio e na Região Metropolitana até 2014.