O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso passou a quinta-feira no Rio gravando o documentário sobre descriminalização das drogas, cujo título provisório é "Rompendo o silêncio". Âncora do filme, ele visitou pela manhã a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), no Morro Santa Marta, em Botafogo, na zona sul da cidade. FH percorreu vielas, conversou com moradores e entrevistou a responsável pelo policiamento, a capitã da Polícia Militar Priscilla Azevedo.
A imprensa não acompanhou a visita. De acordo com a Assessoria do governo do Estado, o ex-presidente elogiou as UPPs. "Vão dizer que tem poucas favelas ocupadas, que é impossível. Mas já são 100 mil pessoas no Rio em condições melhores, isso não é brincadeira, dá uma cidade de porte médio", avaliou FH durante as gravações.
À tarde, ele visitou o depósito de armas apreendidas da Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos (Dfae), no Centro do Rio. "São mais de 100 mil armas recuperadas. Há uma ligação muito grande entre o tráfico de drogas e o tráfico de armamentos. Isso requer um trabalho de inteligência em longo prazo. Não será resolvido com uma receita mágica. Apenas a repressão não resolve. É preciso assistência ao usuário e uma perseguição mais eficaz a um crime que se globalizou", declarou.
FH comentou ainda a realização da Marcha do Orégano, a manifestação planejada por universitários amanhã para ironizar a proibição da Marcha da Maconha na capital paulista. "Em geral sou bem aberto em relação às manifestações. Desde que sejam pacíficas, não vejo por que não deixar que existam", opinou.