A falta de escoramento em uma escavação foi a causa da morte do operário soterrado na manhã desta sexta-feira nas obras de ampliação do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), segundo constatou o Ministério Público do Trabalho (MPT). O órgão confirmou o risco na obra e a irregularidade no início da tarde. Cleiton Nascimento Santos, 25, morreu após dar entrada no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, socorrido pelos Bombeiros.
De acordo com informações da unidade médica, o trabalhador teve quatro paradas cardiorrespiratórias, chegou a ser reanimado no hospital, mas não resistiu. Um outro operário, o carpinteiro Weliton Santos Reis, também foi soterrado, mas teve escoriações leves na mão e foi atendido no ambulatório do aeroporto.
Segundo o procurador Alex Garbellini, houve falta de proteção coletiva na área do acidente e mais de 10 metros de terra - maior do que o permitido - caíram em cima dos operários, que estavam no fundo de uma rampa retirando manualmente o restante de solo, úmido por conta das chuvas dos últimos dias. Garbelini descartou a possibilidade de haver mais operários soterrados no local.
Todas as obras de ampliação do aeroporto foram paralisadas nesta sexta e os trabalhadores dispensados. No sábado (23), as obras devem ser retomadas e o ponto do acidente só será liberado quando o escoramento for feito.
Segundo o MPT, a empresa contratada pela concessionária Aeroportos Brasil Viracopos - responsável pelo aeroporto - para realizar a obra, o Consórcio Construtor de Viracopos, será passível de multa pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que ainda apura o acidente. Em nota oficial divulgada no início da tarde, a concessionária informou que prestou imediato atendimento aos dois operários e que se solidariza com os familiares, a quem prestará a assistência necessária. A empresa também afirma que deu início ao processo de apuração das causas do acidente.