Mesmo preso há dez anos em penitenciárias de segurança máxima, o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, continua ativo no comando do tráfico de drogas e armas. A polícia acredita que empresas sob seu comando tenham movimentado R$ 20 milhões no ano passado. Duas destas empresas têm sede em Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai, e atuam legalmente nas áreas de agricultura e tecnologia.
Segundo informações do jornal O Globo, numa investigação inédita, o Núcleo de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, identificou quatro empresas legais usadas para lavar os lucros obtidos por Beira-Mar com a venda de drogas e armas.
Além do Paraná, as firmas estariam localizadas em Belo Horizonte (MG) e em campo Grande (MS) e atuam nas áreas de assessoria financeira e comércio.
As investigações começaram depois da ocupação do Morro do Alemão no Rio, quando uma série de cartas creditadas a Beira-Mar foram encontradas. A análise dos textos revelou uma estrutura articulada pelo criminoso para legalizar recursos da venda de maconha, cocaína e armas.
Os depósitos eram feitos de maneira fracionada à medida que os carregamentos de drogas e armas chegavam ao Rio de Janeiro. Uma das firmas de Foz do Iguaçu movimentou R$ 10,5 milhões entre maio e junho de 2010; os depósitos foram feitos de agências que ficam no entorno do Alemão. Entre os articuladores de Beira-Mar do lado de fora da cadeia estão advogados e empresários. (Com informações da Banda B)