A Ecoglobal Ambiental entrou com ação na 19ª Vara Cível, no Rio de Janeiro, na semana passada, pedindo indenização à Petrobras por causa da rescisão de um contrato de R$ 433 milhões. A quebra do contrato foi decidida pela estatal após denúncias de ligação da empresa com o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, preso na operação Lava Jato. A ação reivindica compensações por perdas e danos e por danos morais. A alegação é de que, sem o contrato com a única empresa com a qual mantinha negócios, a Ecoglobal entrou em estado de insolvência, na qual não tem condições de arcar com as suas dívidas.
Segundo o advogado da empresa, Márcio Donicci, a falência ocorrerá à medida que os contratos forem sendo quebrados. Para atender à Petrobras, a Ecoglobal encomendou equipamentos a fabricantes noruegueses, italianos e americanos, disse Donicci. Além disso, a empresa prevê gastos com ações trabalhistas de cerca de 30 funcionários demitidos, dos quais 18 são da área administrativa.
O valor da indenização não foi determinado na ação, mas, de acordo com o advogado da Ecoglobal, é possível que alcance o valor do contrato de R$ 433 milhões. Ele não prevê acordo entre a Ecoglobal e a Petrobras, por considerar que essa não é uma medida normalmente adotada pela estatal.
A principal argumentação da empresa, que havia sido contratada para prestar serviço de testes de poços, é que a rescisão ocorreu sem fundamento. Após auditoria interna da Petrobras, suspeitou-se da participação acionária de Paulo Roberto Costa na empresa, o que motivou a quebra de contrato. "A Petrobras alegou que a empresa havia dado informações truncadas sobre o quadro societário, o que não é verdade. Quem tem problemas é a Petrobras. Após as denúncias de corrupção envolvendo o Paulo Roberto, nenhum contrato da diretoria de Abastecimento com as grandes empresas foi rescindido. Pagou o pato a fornecedora ''pequeninha''", reclamou Donicci.