Com críticas ao sistema prisional brasileiro, os advogados dos empreiteiros presos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, recusaram a sugestão do juiz do caso para que seus clientes, atualmente presos na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, fossem transferidos para presídios estaduais.
Os empresários estão presos preventivamente, acusados de participação no esquema de corrupção em contratos da Petrobras. Na última segunda-feira (23) o juiz Federal Sérgio Moro, responsável pelos processos decorrentes da Lava Jato, deu prazo de 48 horas para que os presos preventivamente na operação manifestassem ou não interesse na transferência após reportagens informarem que os empresários estavam reclamando das condições oferecidas na carceragem da PF.
Os defensores de todos os presos optaram pela continuação de seus clientes na sede da PF. O advogado do empreiteiro Sergio Cunha Mendes, da Mendes Júnior, criticou a atuação do juiz Sérgio Moro. "É lamentável que a imprensa esteja pautando a atividade da Justiça, especialmente se for observado que a matéria divulgada sobre o tema carceragem, em veículo [de comunicação] carioca, contém informação não verdadeira", disse o advogado Marcelo Leonardo, em petição protocolada hoje (26).
A defesa dos empreiteiros Agenor Franklin Magalhães Medeiros, José Adelmário Pinheiro Filho, José Ricardo Nogueira Breghirolli e Mateus Coutinho De Sá Oliveira, da OAS, comparou o sistema prisional do Brasil com o Holocausto. "De forma técnica e criminológica, não há cárcere digno à condição do sujeito humano. As condições oferecidas pela carceragem da Polícia Federal são dignas, diante do holocausto que se vivência no sistema carcerário brasileiro", argumentou a defesa.
Os representantes de Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia, Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, Eduardo Hermelino Leite, Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, da Construtora Camargo Correa, rejeitaram a transferência e negaram ter feito críticas à carceragem da PF.