Brasil

Delator da Lava Jato diz que propina em Pasadena foi de até US$ 30 milhões

22 jan 2015 às 21:42

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, delator da Lava Jato, afirmou à Polícia Federal que a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pode ter envolvido uma propina de US$ 20 milhões a US$ 30 milhões - valor supostamente pago pela Astra Oil, antiga dona, ao ex-diretor de Internacional da estatal Nestor Cerveró e ao lobista Fernando Antonio Falcão Soares, Fernando Baiano, braços do PMDB no esquema.

"Havia boatos na empresa de que o grupo de Nestor Cerveró, incluindo o PMDB e Fernando Baiano, teria dividido algo entre vinte e trinta milhões de dólares, recebidos provavelmente da Astra"


Costa afirma ainda que a compra foi um mal negócio e envolveria um investimento muito alto. Ele confessou ter recebido US$ 1,5 milhão do operador do PMDB, Fernando Baiano, para "não atrapalhar o negócio".


Costa afirmou ainda que o então diretor de Serviço da Petrobras Renato Duque - indicado pelo PT - seria o responsável pelas obras de adequação da refinaria. O delator afirmou que esse contratos seriam entregues a duas das empreiteiras alvos da Lava Jato, Odebrecth e UTC Engenharia.


"Quanto à Refinaria de Pasadena, não foi um bom negócio, pois a mesma era feita para processar petróleo leve, enquanto a Petrobras exportava petróleo pesado; que para Pasadena poder processar o petróleo do tipo que a Petrobras exportava, precisaria de uma adequação que poderia custar de um a dois bilhões de dólares", afirmou Costa em depoimento à PF no dia 7 de setembro.


"Fernando Baiano procurou o declarante para pedir que não criasse problemas na reunião de Diretoria para aprovar a compra da refinaria de Pasadena, o processo de compra já estava bastante adiantado no âmbito da Petrobras", afirmou Costa.


"Fernando Baiano ofereceu ao declarante o valor de US$ 1,5 milhão para não causar problemas na reunião de aprovação da compra da refinaria de Pasadena", revelou.


O ex-diretor "aceitou o valor e Fernando operacionalizou a disponibilização deste valor no exterior". Ele disse acreditar que o "valor tenha sido bancado pela própria Astra Petróleo", dona da refinaria que vendeu 50% à estatal brasileira em 2006. Segundo o Tribunal de Contas da União, o negócio gerou um prejuízo de US$ 792 milhões.


Ele cita o envolvimento do ex-diretor da área de Internacional, Nestor Cerveró preso desde o dia 14, e de outro funcionário.


"Soube quem trouxe este assunto da refinaria de Pasadena para a Petrobras, isto é, a Nestor Cerveró, foi um ex-empregado da área comercial da Petrobras, acredita que chamado Alberto Feilhaber."

Paraíso fiscal

Costa afirmou à PF que "por volta de 2007 ou 2008? esteve com Fernando Baiano em Liechteinstein, no Vilartes Bank, e acredita que tenha sido neste banco que tenham sido depositados os US$ 1,5 milhão.


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