Brasil

Cinzas do vulcão chileno chegam a Santa Catarina

19 out 2011 às 09:21

Depois de passar pela região central e pelo litoral da Argentina e do Uruguai, as cinzas do vulcão chileno Puyehue atingiram o Rio Grande do Sul e Sana Catarina, desde esta terça-feira (18), afetando a visibilidade. A informação é do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram).

Vídeo postado por vilmarsil1 no Youtube mostra cinzas do vulcão chileno PuYeHue, em carros na cidade de Florianopolis (SC)




Um estimador de partículas (instrumento de medição) do Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (Inpe) confirma a presença das cinzas no Sul do Brasil. A meteorologista Beatriz Porto, do serviço de meteorologia do Paraná (Simepar), disse à Agência Brasil que não dá para descartar a possibilidade de que essas partículas cheguem ao estado nas próximas horas. "Mas essa possibilidade é muito remota, porque o Paraná está mais distante. Tudo vai depender da direção dos ventos em altos níveis da troposfera, que é a camada mais baixa da nossa atmosfera".


O meteorologista Gil Russo, do Instituto Nacional de Meteorologia em Porto Alegre, disse que, por enquanto, não é possível ver as partículas de cinza "a olho nu", como ocorreu durante todo o dia de ontem, mas que essa situação se altera rapidamente, dependendo da direção dos ventos.


Segundo o Ciram, as cinzas foram trazidas pelo jato polar desde a sua fonte de emissão. Com a estabilidade do ar em níveis inferiores, devido ao sistema de alta pressão que atua sobre boa parte da Argentina, do Uruguai e da Região Sul do Brasil, "a cinza vulcânica acaba fazendo parte da névoa seca, do meio-oeste ao litoral catarinense". Normalmente, a névoa seca é formada por partículas de poeira em suspensão, quando o ar está muito seco.


A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) no Rio Grande do Sul alerta que a concentração de partículas inaláveis aumentou nas últimas horas desta terça-feira (18), provavelmente devido às cinzas do Vulcão Puyehue. O valor apurado ultrapassa os limites de qualidade estabelecidos pela Resolução nº 03/1990, do Conselho Nacional de Meio Ambiente.


Segundo o Centro Estadual de Vigilância em Saúde, apesar de a situação atual não representar um problema de maior gravidade, pessoas mais vulneráveis aos impactos causados pela poluição atmosférica (pneumopatas, cardiopatas, crianças e idosos) devem tomar alguns cuidados. Esses indivíduos são mais suscetíveis a ter problemas devido às cinzas.


A equipe de Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à Qualidade do Ar informa que continuará acompanhando a situação, recomenda à população que se hidrate, tomando pelo menos 2 litros de água por dia, e evite esforços físicos desnecessários (principalmente os grupos mais vulneráveis à poluição atmosférica).

Pneumopatas e cardiopatas devem redobrar a atenção no uso dos medicamentos de costume e seguir as recomendações médicas para que os sintomas não aumentem e a doença não se agrave. Portadores de asma, rinite, bronquite e enfisema devem também manter o uso de medicamentos rotineiros de controle das enfermidades para que os sintomas não aumentem. Quem usa lentes de contato deve ficar atento à possibilidade de maior ressecamento dos olhos.


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