O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, negou-se nesta quarta-feira a comentar a agressão verbal contra o repórter do jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira (5). No episódio, o ministro chamou o jornalista de "palhaço" e o mandou "chafurdar no lixo".
Ao final da sessão de quarta-feira do Supremo, o ministro disse que não queria falar sobre o assunto. "Não quero fazer comentários de nada de ordem pessoal, assim como já não queria falar nada ontem", resumiu-se a dizer. Apenas a assessoria de imprensa divulgou nota no dia do episódio em que pediu desculpas aos profissionais de imprensa.
O ministro afirmou que também não comentaria a nota divulgada pelas principais associações de magistrados do País no sábado em que rebatem as críticas feitas pelo ministro à mentalidade dos juízes. "Eu respondi alguma nota? Não tenho nada a dizer", disse.
Na terça-feira, à saída da sessão do Conselho Nacional de Justiça, Barbosa foi abordado pelos jornalistas, mas não esperou a primeira pergunta para criticar o repórter.
O repórter apenas iniciou a pergunta: "Presidente, como o senhor está vendo". Barbosa o interrompeu: "Não estou vendo nada". O repórter tentou nova pergunta, mas foi interrompido novamente. "Me deixa em paz, rapaz. Vá chafurdar no lixo como você faz sempre".
Horas depois, o assessor de imprensa do STF Wellington Geraldo Silva pediu desculpas aos "profissionais de imprensa" em nome do presidente em nota oficial encaminhada aos jornalistas. E alegou que a reação do ministro devia-se ao cansaço e a dores nas contas.