A Anistia Internacional Brasil, organização não governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos, divulgou nota em que expõe preocupação com a situação no Maranhão. "É inaceitável que uma situação como esta se prolongue por tanto tempo sem nenhuma atitude efetiva das autoridades responsáveis", afirma a entidade.
"A Anistia Internacional Brasil vê com grande preocupação a escalada da violência e a falta de soluções concretas para os problemas do sistema penitenciário do Estado do Maranhão. Desde 2007, mais de 150 pessoas foram mortas, sendo 60 somente no ano passado. Neste período, graves episódios de violações de direitos humanos foram registrados nos presídios do Estado, como rebeliões com mortes, superlotação e condições precárias", diz a nota.
Sem reforços
O subcomandante-geral da Polícia Militar do Maranhão, coronel João Alfredo Nepomuceno, disse nesta terça-feira, 7, que não vê a necessidade de envio de homens da Força Nacional de Segurança Pública para controlar a situação de violência no Estado. Nepomuceno chamou o problema no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde duas pessoas morreram no início deste ano, de "pontual".
"Temos um problema pontual no sistema penitenciário que já está sendo contido. A gente tem certeza que com essas ações a situação deverá rumar para a normalidade sem a necessidade de complemento de forças federais aqui no Estado", afirmou, em entrevista à Rádio Estadão.
O coronel disse que todos os envolvidos nos ataques dos últimos dias já foram presos ou identificados - no caso dos mandantes que já estão encarcerados. Ele defendeu as ações da polícia tanto na rua quanto no complexo penitenciário de Pedrinhas. "As ações nos presídios estão sendo bastante efetivas. Com revistas diárias já retiramos diversos telefones, armas brancas, armas de fogo", disse.
Segundo o subcomandante, neste momento a cidade de São Luís está tranquila e a população confia no trabalho da PM. Ele disse ainda que a paralisação dos ônibus durante o fim de semana foi "injustificável". O governo do Estado do Maranhão aceitou a ajuda federal para a transferência de presos considerados mandantes da onda de ataques. Eles serão mandados para presídios federais.
Segundo o coronel, apesar das ações tomadas, os presos continuam tentando se rearticular. "É uma medida que se faz necessária neste momento. Estamos terminando de identificar os que serão transferidos", contou.