Um aluno do segundo ano de mecatrônica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) morreu esfaqueado em uma briga em uma festa não autorizada dentro do câmpus da universidade, na madrugada deste sábado, 21. Denis Papa Casagrande, de 21 anos, cursava engenharia e controle de automação, na Faculdade de Engenharia Mecânica. Ele era de Piracicaba e se envolveu em uma briga na festa, que acontecia no Ciclo Básico do câmpus.
Anderson Marcelino Mamede, de 20, possível autor do crime, também ficou ferido com uma facada na perna e está internado no Hospital de Clínicas da Unicamp. O crime aconteceu por volta das 3h30, quando alunos da Unicamp brigavam com um grupo de punks que estava na festa. Segundo relataram os guardas municipais Nilson da Silva e Rodrigo Veiga, que foram até o local para atender o caso, a briga teria começado por um desentendimento entre os jovens por causa da namorada de Mamede.
Maria Tereza Pelegrino, de 20 anos, que mora com Mamede, foi ouvida pelo delegado Nuno Peres, da Polícia Civil, mas deixou a delegacia sem dar entrevistas. Um amigo do suposto autor do crime, André Motta, de 22 anos, afirmou que o grupo foi hostilizado pelos estudantes antes da briga.
Festa
A festa, batizada de "Festival de rádios livres", que aconteceu no teatro de arena do Ciclo Básico, foi organizada pela Rádio Muda - rádio universitária que funciona dentro do câmpus. O evento, que contou com banda, estava marcado para as 23h.
A Unicamp divulgou nota em que informou que a festa era irregular e não foi autorizada. Segundo a nota, por volta das 23h a vigilância interna da universidade chegou a acionar a Polícia Militar e a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) por causa da invasão do câmpus por participantes da festa. Eles teriam avançado sobre as barreiras e os vigilantes de duas guaritas.
"Ambas as solicitações não foram atendidas, apesar da insistência da Vigilância Interna", informou a Unicamp em nota. A PM informou que não houve chamado sobre festas no campus. A Emdec informou que a área dentro da universidade não é de competência da empresa.
A Unicamp informou que vai apurar o caso "e identificar os responsáveis pela festa realizada sem autorização da instituição bem como a participação de pessoas estranhas à comunidade acadêmica".
Desde 2009, toda festa no câmpus está sujeita a autorização prévia da universidade, que disse não ter autorizado nem tem participação na rádio, que segundo a nota, opera de forma "clandestina e ilegal". A rádio funciona dentro da caixa d''água na praça do Ciclo Básico. Os responsáveis da rádio não foram encontrados para comentar o caso.