O horário de verão chega ao fim à meia-noite de sábado (17) para domingo (18). Para quem sofre ao acordar cedo, a notícia é motivo de comemoração. Já as pessoas que preferem aproveitar a luz do sol até mais tarde lamentam o fim do horário diferenciado que começou a vigorar há três meses em dez Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal, e cujo objetivo é aliviar a demanda por energia no horário de pico, entre 18 e 21 horas, nesta época do ano em que os dias são mais longos nas regiões tropicais.
O fim do horário de verão também provoca alterações no organismo e pode causar desconforto principalmente para quem tem a rotina mais regrada. Segundo a clínica geral e geriatra do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Rossana Maria Russo Funari, o processo de adaptação é mais difícil para as pessoas com horários certos para se alimentar e dormir.
"Se a pessoa costuma acordar muito cedo para trabalhar, a mudança é mais perceptível. No fim do horário de verão, a tendência é dormir mais tarde, enquanto o relógio biológico está 'programado' para acordar mais cedo. Isso prejudica o rendimento", explica.
Sintomas como sonolência, enxaqueca, dor de estômago e até alteração do apetite podem ocorrer durante o processo de adequação do corpo, que, em média, dura sete dias. Para evitar esses problemas, a especialista indica preparar-se para dormir no horário de costume e evitar o consumo de bebidas que tirem o sono, como café, refrigerante e alguns tipos de chá que contêm cafeína.
AME OU ODEIE
O casal de advogados João e Fabiane Ouriques, de Londrina, está comemorando o fim do horário de verão. Como acordam muito cedo todos os dias, eles consideram que a hora "roubada" no início da manhã faz falta e atrapalha a rotina no resto do dia. "Estamos contentes por recuperar uma hora", brincam.
Essa é a mesma opinião da aposentada Rosana Sacchetto, que não dorme o suficiente nos meses de mudança e sente-se cansada no final do dia. "Me sinto melhor no horário tradicional", admite.
Já a auxiliar administrativa Giovana Martiusi recebeu com tristeza a notícia sobre o fim do horário de verão. "Trabalho até as 16 horas e meu dia rende muito depois disso, pois fica claro até bem mais tarde. Aproveito o tempo para estudar, lavar a calçada de casa... Prefiro o horário de verão", considera.
O vendedor Fagner Franco Martins pensa o mesmo. "Tenho a ilusão que tenho mais tempo no dia. Aproveito a claridade para fazer exercícios ou passear com meu cachorro", conta.