Morreu na madrugada desta quinta-feira (28) o alemão Markus Müller, de 51 anos, vítima de queimaduras em consequência da explosão que destruiu o apartamento onde morava em São Conrado, na zona sul, no último dia 18. Ele morava sozinho no Rio e trabalhava como olheiro de equipes de futebol.
Müller estava internado no Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na zona oeste. Com lesões em metade do corpo, ele não resistiu à gravidade dos ferimentos.
Müller será sepultado às 11 horas de sábado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste do Rio. Segundo o Ministério da Justiça, Müller estava no Brasil desde 2012. Ele tinha um afilhado brasileiro, adolescente morador da favela da Rocinha (São Conrado)e que joga futebol na escolinha do Barcelona, na Barra da Tijuca (zona oeste). Era tido pelos vizinhos como pessoa discreta e educada.
Christopher Müller, irmão do alemão, esteve hoje no Pedro II para liberar o corpo, encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Campo Grande, na zona oeste. Na ocasião, disse ao portal G1 que seu irmão "amava a vida" e que tinham pouco contato desde que ele chegara no Brasil.
O Consulado da Alemanha no Rio, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que "dá todo apoio à família desde o início" e está acompanhando o caso de perto, mas que por "política de proteção a cidadãos da Alemanha, não pode passar mais informações".
O síndico do Edifício Canoas, Jorge Alexandre de Oliveira, disse que os condôminos receberam "com pesar" a notícia da morte de Müller. De acordo com ele, ninguém pensa em ingressar com uma ação cível pela reparação dos danos materiais nos apartamentos - ao menos quatro foram seriamente danificados pela explosão.
De acordo com especialistas, se sobrevivesse, Müller poderia ser indiciado por crime de incêndio culposo e, na esfera cível, poderia sofrer ações judiciais de reparação por danos materiais dos outros moradores. A seguradora do edifício, a Allianz, está prestando assistência aos moradores, afirmou o síndico.
O diretor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (Icce), da Polícia Civil, Sérgio William, informou na quarta-feira que a instalação de gás do imóvel explodiu por causa do vazamento causado por erro de instalação da peça chamada de rabicho. O gás teria vazado, se acumulado e se incinerado possivelmente quando o morador acendeu um interruptor de energia. O próprio Müller teria feito a instalação indevidamente, segundo suspeita a Polícia Civil.