Isolados do conjunto dos servidores, que decidiram, em sua maioria, encerrar a greve, e divididos dentro da própria corporação, os agentes da Polícia Federal decidem hoje, quinta-feira, em assembleia nacional dos seus 27 sindicatos filiados, se vão para a radicalização ou se aproveitam o último minuto da prorrogação para aceitar o acordo de reajuste de 15,8%, fatiado em três parcelas anuais, oferecido pelo governo.
Outra categoria que ficou isolada é a dos auditores e analistas da Receita Federal, que ganha os maiores salários do Poder Executivo - entre R$ 13,5 e R$ 19,5 mil mensais - e luta pela equiparação com o Judiciário e o Ministério Público, cuja renda chega a R$ 26,7 mil no topo da carreira.
O Ministério do Planejamento passou o dia, ontem, redigindo atas e minutas de acordo com as categorias que, após três meses de greves, aceitaram a proposta do governo. Segundo o secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, das 35 categorias que entraram em greve por melhoria salarial, 30 fecharam acordo, a maioria em cima da hora.
O governo envia ao Congresso amanhã, sexta-feira, o projeto de Orçamento de 2013. O Planalto mandou cortar o ponto dos faltosos e punir os servidores que cometeram excessos. Avisou que as categorias que não fechassem acordo ficariam sem reajuste no próximo ano. O ultimato funcionou e várias delas recuaram de suas posições e aceitaram a proposta.
Entre elas estão a dos fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura, os agentes da Polícia Rodoviária Federal e o pessoal das agências reguladoras. Para surpresa dos negociadores do governo, até os servidores administrativos da PF resolveram sair da greve e assinar o acordo.
Como o trabalho atrasou, os agentes, representados pela Federação Nacional dos Policiais Federais, ainda podem hoje entrar na folha, se a assembleia decidir aceitar o índice oferecido. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.