O governador do Acre, Tião Viana, procurou o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, para tratar da importação de alimentos do Peru pela Rodovia Interoceânica. Segundo o governador, há a possibilidade de importar alho, trigo, pimenta e hortifrutigranjeiros para atender à população, isolada pela cheia do Rio Madeira, que interrompe o tráfego na BR-364.
Viana veio a Brasília em busca de ajuda federal. "A presidenta Dilma colocou todos os ministérios à disposição e o ministro Aloizio Mercadante [da Casa Civil] está acompanhndo todo o processo", disse o governador, explicando que as ações antecipam possíveis novos problemas que as cheias podem causar, caso não pare de chover.
Tião Viana explicou que os R$ 2,2 milhões liberados pelo governo federal são recursos para aluguel social, aprovados em 2012, quando da retirada de famílias das áreas de risco atingidas pela cheia do Rio Acre naquele ano. "Hoje estamos com a meta de zerar o déficit habitacional com a construção de 10.518 casas, que serão entregues sobretudo para pessoas atingidas [pelas inundações], para que esse drama não se repita".
As cheias começaram em setembro do ano passado na divisa dos estados de Rondônia e do Acre, fronteira com a Bolívia. Até agora, há 60 mortos e pelo menos 60 mil famílias afetadas na Bolívia. No Brasil, mais de 2 mil famílias estão desabrigadas.
Na capital, Rio Branco, o Rio Acre subiu 60 centímetros e registrou na manhã de hoje a cota de 14,60 metros. Em Assis Brasil, também no Acre, há sinais de vazante e é provável que as águas cheguem à capital, aumentando ainda mais o nível.
Como medida de segurança, as famílias desabrigadas pela enchente permanecem sob os cuidados do governo e da prefeitura de Rio Branco no Parque de Exposição da capital. Ao todo, 326 famílias estão alojadas no abrigo público.