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Ato contra 6x1 na Paulista tem xingamento a Nikolas Ferreira e ausência da CUT e PT

15 nov 2024 às 16:32

A manifestação nesta sexta-feira (15) de manhã contra a jornada 6 x 1 na avenida Paulista terminou com xingamentos a expoentes da direita.


O alvo principal foi o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Em coro, parte das pessoas presentes gritou, em diversas ocasiões, "Nikolas Ferreira, vai tomar no c*"


O parlamentar também foi chamado de "Nicole", em referência à peruca que ele usou na tribuna da Câmara dos Deputados no ano passado para criticar pessoas trans.


Houve ainda xingamentos contra o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PL-SP). A maioria dos representantes da direita se coloca de forma contrária à redução da jornada.


A autora da emenda que acaba com a escala 6 x 1 é a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que foi ovacionada na manifestação.


O ato foi organizado pelo movimento VAT (Vida Além do Trabalho). No auge do evento, duas quadras da Paulista foram tomadas por manifestantes.


Distanciamento da CUT e PT e críticas à 'esqueda Nutella'


O ato nesta sexta-feira (15) na avenida Paulista contra a jornada de trabalho 6x1 evidenciou o distanciamento da esquerda mais tradicional desta pauta.


Não havia praticamente bandeiras do PT ou das principais centrais, como CUT e Força Sindical, tampouco lideranças destas entidades. Os poucos políticos presentes eram do PSOL, como os deputados federais Erika Hilton e Guilherme Boulos e o estadual Carlos Giannazi.


O protesto foi dominado quase exclusivamente por coletivos de esquerda ou movimentos sociais. A liderança coube ao recém-criado VAT (Vida Além do Trabalho).



Coordenadora do VAT em São Paulo, Priscila Araújo, criticou em discurso tanto os bolsonaristas quanto a "esquerda Nutella".


"Quando vocês vão deixar Lênin e Karl Marx de lado e vir para a rua?", provocou ela, que trabalha na área de telemarketing. "Não venham me ensinar o que é exploração, que eu boto fogo no seu TCC [Trabalho de Conclusão de Curso]", acrescentou.


Para Giannazi, é possível fazer um paralelo com o início dos atos de 2013, quando o mote inicial, do passe livre, se transformou em uma gigantesca onda de demandas por melhores serviços.


"O fim da jornada 6x1 é uma pauta que fala diretamente à classe trabalhadora e pode puxar um fio de outras demandas. Os sindicatos vão ter que abraçar ou serão atropelados", diz.


As centrais sindicais e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em um primeiro momento resistiram a apoiar a emenda que acaba com a escala, apresentada por Hilton, mas depois se renderam à pauta, ainda que sem entusiasmo.


O único cuidado, diz Giannazi, é não repetir o erro de 2013, quando a onda de manifestações abriu caminho para o surgimento da chamada "nova direita", que resultou no impeachment de Dilma Rousseff e na eleição de Jair Bolsonaro.

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