Após 70 dias acampados em frente ao Tiro de Guerra de Londrina, na zona leste, os manifestantes bolsonaristas contrários ao resultado democrático das urnas desmontaram, na tarde dessa segunda-feira (9), as tendas e barracas montadas em frente ao quartel. O grupo estava acampado desde o dia 30 de outubro de 2022 após não aceitarem a derrota nas urnas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que perdeu as eleições para o presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva (PT)
A desmobilização foi feita de forma pacífica após negociação com a PM (Polícia Militar) para cumprir ordem judicial assinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. O comandante do 5º batalhão da PM em Londrina, tenente-coronel Nelson Villa esteve pessoalmente no local e leu a ordem judicial em voz alta para o grupo. Entretanto, no meio da tarde equipe de reportagem da FOLHA foi hostilizada por um grupo de manifestantes. Um homem chegou ameaçar bater na equipe de reportagem mesmo estando em frente a um capitão da PM.
Ao todo quatro oficiais da Polícia Militar, em duas viaturas, acompanhavam a retirada da estrutura montada no local, mas nenhuma outra ocorrência foi registrada. Dois banheiros químicos que estavam no acampamento foram recolhidos no início da tarde, o restante dos apetrechos como lonas, bandeiras do Brasil, cadeiras e garrafões de água foram recolhidos e levados carros dos próprios manifestantes. Um outro veículo com guindaste que portava uma bandeira também foi retirado do local.
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A tenda principal de 10 metros de largura começou a ser desmontada às 16 horas por uma empresa de locação de Londrina. A FOLHA fez uma consulta por telefone e o aluguel da mensal da tenda custa R$ 2.500,00, mas os financiadores não foram encontrados. Para os 70 dias de acampamento, o aluguel da tenda gira em torno de R$ 6 mil.
Os manifestantes não quiseram dar entrevista e questionaram o fato da imprensa não ter passado em outros momentos para acompanhar o 'movimento', que é considerado antidemocrático, pois pede intervenção militar, o que é proibido de acordo com a Constituição. Alguns carros com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro acompanhavam o desmobilização. A maioria eram homens adultos e senhores e sonharas idosas.
A decisão para desobstruir os quartéis foi publicada no início da madrugada desta segunda e determina que a retirada dos acampamentos deve ser realizada, em 24 horas, pela Polícia Militar, com apoio da Força Nacional e Polícia Federal, se necessário, devendo ao Governador do Estado e Distrito Federal ser intimado para efetivar a decisão, sob pena de responsabilidade pessoal.
Em entrevista coletiva durante a manhã em Curitiba, o secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, informou que reuniu a Polícia Militar e responsáveis para fazer a retirada das pessoas da frente dos quartéis do Estado, incluindo as três bases com mobilização de acampamentos na capital nos bairros Boqueirão, Pinheirinho e Bacacheri.