Filha de judeus húngaros, Estée Lauder começou sua carreira nos negócios vendendo cremes que eram fabricados por seu tio, um químico vienense, em sua própria cozinha. Imitou-o, passando a preparar seus próprios cosméticos e a vendê-los em vários salões de beleza de hotéis de luxo de Nova Iorque, sua cidade.
Josephine Esther Mentzer, cujo segundo nome foi Estée Lauder |
Em 1944, com 34 anos, ambiciosa e determinada, abre sua primeira loja. Dois anos depois, funda sua própria empresa Estée Lauder Companies, junto de seu marido.
Alcançou logo o sucesso introduzindo seus produtos na Saks, a famosa loja de luxo da Fift Avenue.
Sua técnica de comercialização consistia na colocação dos produtos ao alcance da clientela, disponibilizando-os também sob a forma de amostras grátis. Isto surtia notável impacto de divulgação boca-a-boca, comparável apenas ao fenômeno do "Marketing Viral" – notabilizado somente com o advento da Internet.
Estèe Lauder, cujo nome original era Josephine Esther Mentzer, foi eleita "gênio do negócio mais influente do século XX".
A pergunta que faço frente a este e tantos outros exemplos é: "Será possível que ainda existam empresários que temem tratar de sua sucessão pelo simples fato de pensar que as mulheres da família – esposa, filhas e netas – não têm competência para assumi-los? E os que vendem suas empresas pela mesma razão?"
Quando mais de 60% de mulheres estudam Direito, Economia e Administração, nas escolas mais renomadas do país, esta linha de pensamento só é comparável a uma carreta carregada, à velocidade de 140 km por hora, vindo em direção a um Fusca. Nos cursos de Engenharia talvez elas ainda não sejam a maioria, concordo. Mas logo chegarão lá.
Houve um tempo em que as mulheres eram educadas somente para as artes e a cultura. Daí Anita Garibaldi, Madame Curie, Olivia Guedes Penteado terem sido destaques inéditos e espantosos em seu tempo.
Mas o mundo mudou. Vemos viúvas herdeiras à frente de gigantes como a Pepsi Co. e outras multinacionais. O machismo dá lugar imediato e definitivo à competência funcional. Desempenho nada tem em comum com sexo.
Mulheres em todo o mundo dão provas de ser mais competentes que os varões de seus clãs. O que falta, ainda, é que alguns homens aceitem para sempre o que é incontestável talvez desde os tempos da Bíblia!
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Abraham Shapiro é consultor e coach. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é "simplicidade". Autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome - Inspirações para a Vida, o Trabalho e os Relacionamentos". E-mail: shapiro@shapiro.com.br Fone: 43. 8814.1473