O atual folhetim do horário nobre encerra jornada amanhã com a menor média da história da Rede Globo. Conseguiu superar até Esperança, que detinha o pior índice. São 35 pontos na Grande São Paulo. Embora em outras praças esse número seja um pouco melhor, é a capital paulista que importa para o mercado publicitário.
E não é a toa que, nem mesmo os capítulos finais, tenham melhora significativa de audiência. A trama simplesmente é modorrenta, nada acontece e não há expectativa alguma sobre o que será exibido amanhã.
Muitos dizem que a Helena de Taís Araújo foi a pior de todas. Eu até concordo com isso. Mas não acho que seja responsabilidade da atriz. O problema, na minha avaliação, foi a composição da personagem. Manoel Carlos pareceu enfadado, pouco inspirado. E não ofereceu à protagonista, os conflitos necessários para segurar os 200 capítulos da história. Praticamente a heroína não teve consistência alguma e todo o sofrimento que viveu foi pouco convincente. Parecia tudo falso, menos dramático que a personagem tentava demonstrar.
O foco acabou ficando com Alinne Moraes e a tetraplegia de Luciana. Até mesmo a vontade de subir na vida a qualquer custo de Soraya (num bom momento de Nanda Costa) ficou mais interessante que o discurso politicamente correto de Helena.
A novela pecou também pelo excesso de personagens e cenas banais que nada acrescentaram ao drama principal. Tudo era minuciosamente mostrado, detalhado a exaustão. Confesso que senti certo alívio ao ver a cena da morte de Benê na terça-feira. Era um personagem que não precisaria ter durado tanto tempo. Não acrescentou absolutamente nada. E lamentei que Sandrinha também não tivesse levado uma bala na cabeça. A personagem dela, junto com a Elen de Daniele Suzuki, foram as mais insuportáveis da trama.
Para mim é dolorido falar mal do Manoel Carlos porque considero-o, de longe, o melhor autor brasileiro. Mas não foi com Viver a Vida que ele escreveu a grande obra. Espero que ele escreva ao menos mais um folhetim. Para ver se recupera o vigor de Por Amor, Laços de Família e Mulheres Apaixonadas.
Num outro post, falarei dos pontos positivos.