Na sua TV

Sobre os dias esquisitos

28 set 2010 às 22:02

Quando meu pai morreu, a ansiedade tomou conta da gente. Precisávamos decidir, entre tantas burocracias, como minha mãe ficaria. Continuaria morando na chácara? Iria para casa de algum dos filhos? Com o semblante ainda apagado pelo luto, ela pediu paciência. Não adiantava resolver nada de afogadilho e o tempo colocaria cada coisa no devido lugar.


Gostaria muito de duvidar da minha mãe, mas não consigo. Principalmente nos dias que o coração fica apertado pelas razões mais adversas, absurdas, por ouvir aquilo que não deseja, que lhe tira a identidade, a relevância de fazer parte de um projeto, de uma luta, de um desafio.



Por que será que, com o passar o tempo, nem sempre a serenidade e a compreensão dos fatos são mais presentes na vida da gente?



De repente, o outro não faz por falta de atenção ou cuidado. Às vezes é involuntário, da pessoa. Talvez não tenha importância.
Mas infelizmente se aproxima, entristece, ameaça nos derrubar.


O bom é que a gente dorme, descansa, repensa.
E tudo recomeça reservando boas surpresas.


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