Novembro foi o pior mês de audiência média para a Globo. A emissora registrou 15,8% em São Paulo, redução de 4% em relação a 2009. Ontem, por exemplo, com uma grande reportagem sobre Silvio Santos, o Domingo Espetacular ficou à frente do Fantástico durante grande parte do programa. Na média final, porém, a Globo ganhou por 20 a 17.
Desde hoje cedo, a emissora carioca mexeu nos telejornais. O Globo Rural diário ganhou mais 15 minutos, o Bom Dia Paraná, idem, ficando no ar das 6h30 às 7h30, para anteceder o Bom Dia Brasil, agora também com uma hora de duração. Ana Maria Braga, cada vez mais policialesca, entra às 8h30. Tudo isso pra enfrentar a programação da Record que, nas manhãs, tem dado muita dor de cabeça à Globo.
Pena que isso não se traduziu em novidades efetivas. Exceto pela apresentadora Thais Beleze, o Bom Dia Paraná é o mesmo, apenas com mais tempo no ar, assim como os demais jornalísticos de rede nacional. Assim como os jornais impressos, os telejornais precisam se reinventar. Estão achando que colocar apresentador em pé, movimentando-se pelo cenário – fórmula das outras emissoras – já vai mudar alguma coisa. Fica mais dinâmico. Mas não é só isso.
As pessoas querem se ver na televisão. A comunidade precisa se sentir acolhida e respeitada. E claro, sempre com informações relevantes, que de fato façam a diferença na vida das pessoas e não naquilo que os produtores e editores julguem que o público deseja.
Não é fácil oferecer um bom cardápio diário. Colocar os telejornais no ar é quase uma operação de guerra. Mas as emissoras precisam buscar novos caminhos, novas formas de cobrir determinados assuntos, serem mais necessárias. Do contrário, vão ver a audiência cada vez mais, migrar para outras mídias.