Luciano Gomes, leitor do blog, questionou, dias atrás, qual a função dos números do Ibope para o telespectador médio. Ele mesmo afirmou desconfiar que os índices só servem de moeda de troca nas transações comerciais entre as emissoras e os anunciantes. E ele tem razão. Dia após dia, por mais que digam que não, a direção de qualquer programa de televisão, seja ela aberta ou paga, fica de olho nesses números, pensando sempre no retorno comercial que a atração pode trazer.
Os atores cobram cachê para aparecer num evento, para dizer que usam aquela marca desde criancinha. Se o ator está na novela das seis, cuja audiência está na faixa dos 25 pontos médios, ele cobra um valor. Se aparece na novela das nove, com audiência próxima aos 40, o valor é bem mais alto. Simples assim.
A televisão só conhece uma linguagem: a do dinheiro. Portanto, se não tem audiência, não tem anunciante, não tendo anunciante o programa sai do ar. É aí que reside a força do telespectador médio. Ao boicotar um programa, ele reduz a audiência, que terá anúncios mais baratos e assim sucessivamente. Ou seja: é um poder inestimável, que precisa ser levado em consideração. A Globo muda os rumos de uma novela que não dá audiência. O seriado Norma, por exemplo, saiu do ar por naufragar no IBOPE. Silvio Santos não pensa mais que 15 segundos para rifar uma atração de baixa audiência.
Simples assim: se você não gosta, não assista, divulgue aos amigos, que também não assistem, que derrubam a audiência, que eliminam os programas ruins. Esses policiais, por exemplo, só estão no ar porque o povo gosta mesmo de sangue. Se não tivesse respaldo do público, certamente não teriam vida tão longa. Tanto que entre um cadáver baleado e outro estropiado num acidente, sempre tem espaço para aquela loja de roupas que oferece super vantagens para o consumidor. Por isso eu não compro na tal loja. Que tal você fazer o mesmo?