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A César, o que é de César IV

16 dez 2010 às 17:47

César reconheceu a voz, virou-se como se fosse uma câmera lenta, engoliu seco e parou: era Marcelo com um pérfido sorriso no rosto e uma pequena sacola nas mãos.


Olhos saltados e a garganta seca, César fixou o olhar na sacola que estava nas mãos do ex-amante. Algum tempo se passara desde a última briga e Marcelo não poderia estar pior. A musculação interrompida favoreceu a ampliação da barriga, a barba por fazer, a bermuda caindo - mostrando o início das nádegas - e aquela camiseta - dois números maior que o usual - colaboravam para o visual asqueroso e sujo.



Marcelo não disse mais nenhuma palavra. Caminhou até Dalva e entregou-lhe uma fotografia, retrato claro dele beijando César na boca. A "quase" noiva espanta-se e parece não entender o que está acontecendo. À mãe de Dalva, uma foto de César e Marcelo nus, abraçados. Recuperada do susto inicial a senhora coloca a mão na boca. Ao pai, Marcelo entrega o registro do exato momento em que ele comia César, de quatro, encostado no carro do então casal. O velho pergunta se aquilo era alguma brincadeira de mau gosto. Para a mãe de César, barbas e línguas se roçando e caras de volúpia. A serva de Deus sente um aperto no coração, falta-lhe o ar. O futuro sogro de Dalva descobre a intimidade do filho "fazendo besteira" numa banheira. O senhor fica completamente paralisado. A César, Marcelo entrega três fotografias, todas revelando as posições sexuais preferidas dos dois, e joga as outras tantas pela sala. Ninguém se atreve a pegar alguma, mas de soslaio, percebem tratar-se de álbum completo da vida íntima daquele casal.


Antes de engolir seco, César sente o peso da mão de Marcelo em outro certeiro soco no rosto. Ouve apenas um "você não sabia com quem estava lidando" e cai da poltrona. Marcelo sai sem pressa alguma, sorrindo com o caos que instalara naquela cerimônia de noivado. Amarrotado e completamente descomposto, César passa a mão no rosto, percebe um pouco de sangue escorrendo, levanta a cabeça e se depara com os familiares olhando-o fixamente. Começa a chorar desesperadamente.

PS: No post anterior, troquei o nome de um personagem na hora de digitar. A Mirna, leitora do blog, observou e me alertou. Já está corrigido. Desculpem-me a falha.


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