Mundo Vivo

Pergunta de leitora - Saber fazer a pontuação apropriada

03 out 2019 às 22:22


Foto: Pixabay

Tenho 35 anos, casada, boa casa, bom trabalho. Não sou feia, tenho vida social, amigos. Enfim, todos pensam que tenho e vivo a vida perfeita. Sei que muitos matariam para ter e viver o que vivo. O problema é que não sou feliz. Não sei o que me falta, não sei como viver satisfeita. Tenho até medo de parecer fútil e ingrata, mas não consigo ser feliz. Às vezes não sinto vontade alguma de existir. Tenho tudo e não tenho nada. Como você explica isso?


A explicação para o que você vive pode ser encontrada se nos voltarmos para a direção certa: o lado de dentro. Muitas vezes avaliamos uma vida muito mais pelas conquistas e pertences externos, por tudo aquilo que pode ser visto e quantificado, bem como por tudo aquilo que causa admiração e inveja nos outros. Esse lado você já tem de sobra, ao que parece, mas falta-lhe desenvolver uma perspectiva interna.


Você não sabe usufruir do que possui. Não sabe como bem usar a sua sorte e oportunidades. Para compreender a razão disso só mesmo empreendendo uma investigação profunda que uma análise pode proporcionar. Hoje parece que nada te encanta, nada te desperta uma dimensão da boa paixão para se relacionar com a vida. Está tudo meio sem cor, sem vida e sem sabor. Não que falte tempero, mas falta aprender a como colocar tempero na sua vida. Ou em outras palavras, posso lhe dizer que tudo o que você necessita está já com você, mas para entender precisa colocar a pontuação certa até vir a lhe fazer sentido. A parábola a seguir pode te ajudar a visualizar essa questão.


Havia um homem rico prestes a morrer. Pegou papel e caneta, e escreveu: "Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.” Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava sua fortuna? O sobrinho fez a seguinte pontuação: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.” Em seguida veio a irmã e interpretou dessa maneira: "Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.” O alfaiate, é claro, também fez a sua pontuação: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”. Como não poderia deixar de ser os pobres também quiseram pontuar a sentença: "Deixo meus bens à minha imã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres”.

Vê? Falta-lhe saber como pontuar as frases da sua vida com mais propriedade. Assim poderá compreender e mudar o que for necessário.


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