Estou passando um período no qual eu me sinto muito velha, sem esperança de ter alguém que me ame. Vivo sorrindo o tempo todo (aparências), mas dentro de casa choro muito. Eu fico vendo casais passar de mãos dadas (sou meio adolescente para essas coisas) e me pergunto se alguém seria capaz de me amar, me aceitar? Não é fator sexo. É carência. Me sinto tão só. Impotente.
Você se sente velha, você diz. Não sei sua idade, mas seja ela qual for o amor se faz possível. O amor é democrático, sempre. Não há tempo para o amor. O tempo dele é, invariavelmente, o agora. Há vários tipos de amor: o amor dos pais pelos filhos, o amor entre os amigos, o amor a uma atividade apaixonante, mas você se refere aqui ao amor romântico, que se vive em um casal. Este também é possível e ninguém é tão velho que não possa amar e ser amado. É um engano seu acreditar que o amor pertence só aos jovens e adolescentes. Por alguma razão você se exclui.
Agora, o que será que você exclui? Creio que muito mais do que uma possível relação romântica penso que exclui você mesma. Lendo seu e-mail pude notar que você é bastante crítica consigo própria e usa palavras para se autodepreciar (Me sinto muito velha, sem esperança, choro muito, fico vendo casais passar, me pergunto se alguém seria capaz de me amar, me aceitar, carência, impotente). Uma mensagem tão pequena que você me enviou está repleta de referências negativas. Entendo que seja assim que você se vê. Negativamente.
Antes mesmo de ser possível uma relação romântica com um outro se faz necessário uma relação consigo mesma que seja mais amorosa. Você procura no outro segurança, potência, afirmação, etc. mas são coisas que não podem vir de fora, só podem vir de dentro. É você quem se dá esses elementos mais íntimos. A pergunta então que você deve fazer não é se alguém pode vir a te amar, mas se você pode se amar. Com a pergunta posta de maneira certa muda-se completamente o enfoque com que você poderá pensar sobre a sua situação.
Não é o outro, não se trata de algo externo, mas de algo interno que está faltando. Autoestima, amor próprio, prazer pela sua própria vida. E mesmo que você encontrasse alguém nesse momento da sua vida você não ficaria satisfeita porque o que receberia viria apenas de fora e não seria seu. A gente só aproveita o carinho e amor que vem de fora quando existe dentro também.
O relacionamento que hoje lhe é primordial é o consigo mesma. Se você cuida de si, se você se permite apaixonar por si mesma você vive melhor e isso te prepara para possíveis relacionamentos com outras pessoas. Que tal uma análise para te ajudar a ter uma relação e um olhar para si com mais amor? Quem sabe você não se apaixona por você mesma e muda tudo em sua vida?