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Pergunta de leitor - Ninguém precisa viver num túmulo

09 ago 2019 às 14:42

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Foto: Pixabay

Tenho 43 anos e estou casado há 20 anos. Temos dois filhos, um deles já na faculdade e outra a caminho. Vivo bem, mas não me sinto feliz e sinto que estou definhando. Parece que o melhor tempo da minha vida já passou e que nada de bom me acontecerá. Minha esposa e eu fazemos sexo muito raramente e isso é algo que me deixa muito frustrado. Me masturbo todos os dias escondido no banheiro. Conheci uma mulher na internet que me fez sentir jovem novamente. Nunca a vi, só as fotos que me manda e nem sei se aquelas fotos são realmente dela. Mas gosto de conversar com ela online e falarmos sobre tudo, principalmente sobe sexo. Com ela posso viver muitas fantasias, coisa que não posso com minha esposa. Já tentei falar com ela que estava insatisfeito com nossa vida sexual mas ela disse que sexo ela não gosta mais. O problema é que minha esposa descobriu que mantenho este "relacionamento" virtual e não deixa mais eu dormir no quarto. Me sinto estranho e culpado dentro da minha própria casa. Ela contou para alguns parentes que agora olham torto para mim. Agora, além de insatisfeito, me sinto mal e sujo, como se eu tivesse realmente a traído. Mas será que a traí mesmo? Nunca saí com outra mulher, foram só conversas picantes que me fizeram me sentir vivo e homem novamente.

Todo mundo tem direito a uma vida sexual. A sexualidade é algo importante demais para ser negada ou suprimida. Caso alguém insista em enterrar a sexualidade correrá sérios riscos de adoecer e levar uma vida muito sem graça. Parece que você identifica algo assim em você quando diz que sente que está definhando.

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Definha aquilo que não é usado. Por exemplo, se não andarmos e ficarmos na cama sempre, por dias seguidos, as pernas irão definhar, perder força e vitalidade. Com a sexualidade também é assim. O que definha na recusa da sexualidade não são os órgãos, mas a qualidade de vida. O que poderia ser uma vida cheia de encantos e curiosidades passa a ser uma vida estéril, sem cor e sabor.

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Não sei o que se passou entre vocês para que a sexualidade fosse tão deixada de lado. Também não sei se isso tem como reverter. Entretanto, vejo que algo em você foi despertado nessa conversa online que te fez se sentir jovem novamente. Hoje você percebe que não tem como abdicar da sua sexualidade e que o preço disso é alto demais. Aos 43 anos você tem muita vida pela frente e não precisa se enterrar. Por que alguém deveria se sentir culpado por possuir desejo sexual? E por que a sexualidade deveria ser considerada algo sujo?

Se você vai conseguir viver sua sexualidade com sua esposa não há como dizer. Pode ser que sim, mas se não for possível com ela, se o casamento já se transformou num túmulo é necessário que você ouse sair dele para poder respirar ar puro e fresco novamente. Jamais devemos nos sentir culpados de querer viver mesmo que nosso parceiro ou parceira já tenha desistido. Você é livre para se permitir sentir vivo ou se amortecer. O caminho que vai pegar depende do preço que aceitará pagar.


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