Quando se trata de cortar os causadores das mudanças climáticas, geralmente discute-se a redução das emissões de dióxido de carbono, mas pouco se fala em diminuir a liberação de outros elementos que contribuem para o fenômeno. Pensando nisso, um grupo de cinco países apresentou, em 16 de fevereiro, um projeto para mitigar as emissões de outros poluentes que causam o aquecimento global.
O plano, lançado pela secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton juntamente com representantes de Bangladesh, Canadá, Gana, México e Suíça, visa à redução das emissões de carbono negro, metano e hidrofluorcarbonos, elementos que, apesar de durarem menos na atmosfera, têm um potencial de armazenamento de calor muito maior do que o do CO2, o que faz com que eles tenham um efeito mais instantâneo no aquecimento da atmosfera.
Combinados, estes elementos são responsáveis por entre 30% e 40% do aquecimento global, além de estarem ligados à disseminação de problemas de saúde. Estudos recentes indicam que a mitigação desses elementos em escala mundial poderia reduzir as temperaturas globais em cerca de 0,5 grau Celsius até 2050, além de evitar milhares de casos de doenças relacionadas ao pulmão e ao coração até 2030.
Para reduzir a liberação de carbono negro na atmosfera, o projeto, intitulado Coalizão do Clima e do Ar Limpo para Reduzir Poluentes Climáticos de Curta Duração, promoverá a instalação de filtros em motores a diesel, a troca de fogões tradicionais por modelos mais eficientes, a modernização de olarias e a proibição de queimas de resíduos agrícolas a céu aberto.
Já para evitar a emissão de metano e hidrofluorcarbonos, o projeto estimulará a captura do elemento em poços de petróleo e gás, em minas de carvão, em aterros, em estações de tratamento de águas residuais, em arrozais e o controle de vazamentos em tubulações.
"Essa é uma declaração formal de que estamos abrindo uma segunda frente na guerra climática. Isso mostra que há muitas estratégias para lidar com diferentes áreas das mudanças climáticas", afirmou Zaelke.
No entanto, o presidente do IGSD ressalta que o programa não pretende substituir as medidas das Nações Unidas para combater as mudanças climáticas, e sim complementá-las. "Seríamos tolos se contássemos com a UNFCCC para nossa salvação, embora eu desejasse isso. Isso é um complemento, não um substituto", concluiu. Por: Redação TN / Jéssica Lipinski, Instituto CarbonoBrasil