A Câmara Municipal realiza nesta sexta-feira a sessão solene de entrega de Título de Cidadão Honorário de Londrina ao amigo Délio Cezar.
Para quem não conhece, Délio Cesar é jornalista, advogado, ex-vereador e vice-prefeito no período de 1983 a 1988.
De acordo com o material da jornalista Vera Barão, - Délio nasceu em 8 de abril de 1939, em Alegre, Espírito Santo, onde a família morou por apenas um ano. Entre nove irmãos, é o sétimo e o único capixaba, os demais são mineiros, e o único que tem Nunes no sobrenome (da sua mãe). Um ano depois de seu nascimento, a família mudou-se definitivamente para Alto Jequitibá, MG, onde já havia morado antes.
A família Cezar se mudou para Londrina em fevereiro de 1954 (um ano após a grande geada de 1953 e um ano antes da outra, de 1955, que arrasou tudo).
Délio tinha então 14 anos, iria completar 15 em abril. Seu primeiro emprego foi como contínuo na Caixa Econômica Federal. Depois trabalhou como contínuo em algumas lojas da área central, onde também vendeu tecidos. Depois trabalhou no Banco Comércio e Indústria de São Paulo.
Nesse meio tempo praticou esporte, transformando-se em grande goleiro de futebol de salão. Atuou na UMP (União da Mocidade Presbiteriana) e na seleção londrinense. Na Igreja Presbiteriana, fazia também teatrinhos e o jornal da mocidade. Nesse tempo foi também calouro na Rádio Londrina nos programas de auditório de Aymoré Kley, o Pirajá. Morou um período em São Paulo, onde militou em movimentos de esquerda.
Regressando a Londrina, em 1961, assumiu a chefia de redação da sucursal do jornal Última Hora, aberta naquele ano. Na UH iniciou uma tarefa que desenvolveu em toda a sua vida jornalística, que foi formar profissionais de jornalismo. O golpe militar de 1º de abril de 1964 o surpreendeu como diretor da sucursal da Última Hora, que foi fechada pelos golpistas. Depois da Última Hora, trabalhou por algum tempo na Folha de Londrina, ajudou a montar o jornal Diário de Londrina.
Ainda em 1964, Délio ingressou na Faculdade Estadual de Direito, que alguns anos depois viria a ser incorporada à UEL. Antes mesmo de concluir o curso, iniciou-se na profissão de advogado, participando de 20 júris em Londrina e outras cidades.
Com a experiência acumulada na área cultural e esportiva dos tempos da Igreja Presbiteriana, da militância estudantil e comunista, Délio reuniu alguns companheiros – os mesmos que criaram os Jogos Universitários e mais alguns – criou o Festival Universitário de Londrina, reunindo num só festival os concursos de Música, Teatro, Artes Plásticas, Contos e Jograis. O sucesso foi absoluto, a promoção transmutou-se no atual FILO – Festival Internacional de Londrina.
Em 1968, Délio disputou pela primeira vez um cargo eletivo e se elege vereador com 733 votos, para legislatura 1969-1973, pelo partido que ajudou a criar, o MDB – Movimento Democrático Brasileiro.
Em 1974 deixou a TV Tibagi para organizar e montar o jornal Panorama, do mesmo Grupo Paulo Pimentel. O jornal funcionou por um ano e meio e, após seu fechamento, em 1975. Em 1982, é eleito vice-prefeito na chapa de Wilson Moreira para prefeito. Em seis anos, Délio assumiu o cargo de prefeito por dezessete vezes.
Fundou o JL em 1989. O primeiro número circulou no dia 31 de julho com a
manchete: "Três debates aguardam Covas hoje em Londrina". Naquele dia, Mário Covas, então candidato do PSDB à Presidência da República, fez um grande comício em Londrina e visitou o JL em companhia de José Richa e outras lideranças do PSDB local.
Délio dirigiu o jornal por dez anos, mantendo ainda uma coluna política diária. Hoje, o JL pertence à RPC – Rede Paranaense de Comunicação.
Em 2001, Délio publicou o livro A Primavera de Londrina, coletânea da Coluna Délio César, diária, publicada na página "Londrinews", da Internet, relatando o período político conturbado vivido pela cidade, que terminou com a cassação e prisão do prefeito Antonio Belinati.
A iniciativa da homenagem partiu da vereadora Elza Correia (PMDB).