O mais equilibrado campeonato brasileiro de todos os tempos termina domingo e o Flamengo é o maior favorito. Só depende de suas próprias forças para conquistar um título que não vê desde 1992.
O curioso é que o Mengão é o terceiro a ter esse favoritismo, a ser chamado de "quase campeão". O primeiro foi o Palmeiras que comandou uma boa parte do campeonato, que atingiu grandes diferenças sobre o mais direto perseguidor e depois caiu. O segundo foi o São Paulo que há duas rodadas só dependia de si mesmo. Perdeu para o Botafogo e para o Goiás e seu favoritismo acabou. O Flamengo não deve deixar escapar a chance. Vai jogar no Maracanã, com casa cheia e contra um adversário, o Grêmio, sem tanto apetite para não ajudar o eterno rival Internacional. Esse, a propósito, é o único problema que pode tirar parte do brilho da última rodada. O Flamengo não precisa que o adversário amoleça, pois tem bola para ganhar dos gaúchos com todos os titulares e animado, mas todos já sabem que isso não acontecerá. E com o Grêmio "pisando no freio" ou não, se chegar ao título, o Flamengo merecerá mesmo, pela grande recuperação e pelo trabalho simples e objetivo do técnico Andrade. O treinador rubro-negro vence com base na humildade, desbancando treinadores já consagrados como Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho e que não conhecem com profundidade (ou abandonaram) essa qualidade de Andrade. O Flamengo é o grande favorito, mas não pode bobear. Em meio a tanta instabilidade que marcou esse campeonato, Internacional, São Paulo e Palmeiras ainda acreditam. Na ponta de baixo, na do rebaixamento, o Botafogo tenta se salvar, mas enfrenta um problema sério: não depende só de sua força. Ele terá que ganhar do Palmeiras e esperar que Coritiba e Fluminense empatem ou que haja um vencedor nessa partida. O Coritiba confia no apoio da sua torcida para escapar. Uma coisa é certa: a última rodada será mesmo de muita emoção e o torcedor até lamenta que o campeonato vai acabar. O equilíbrio de forças fez desse campeonato brasileiro o melhor de todos, após a implantação dos pontos corridos. Uma curiosidade Quando ganhou o Brasileiro de 1992, o Flamengo era dirigido por Carlinhos, um ex-jogador que sempre "tapava os buracos" quando da saída dos treinadores. Ele foi, muitas vezes o interino. Ganhou importantes títulos, mas nunca teve apoio total para ser o treinador oficial. A história se repete: Andrade é o Carlinhos de hoje, e o que a torcida espera é que ele já deixa deixado definitivamente a condição da interinidade. O time campeão de 92 foi, no jogo final com o Botafogo, formado por Gilmar, Charles Guerreiro, Gelson, Wilson Gotardo e Fabinho(Mauro); Uidemar, Júnior e Zinho; Julio César, Gaúcho(Djalminha) e Piá. O que é preciso
O que cada um dos quatro candidatos precisa para ficar com o título: Flamengo: Se vencer é campeão. Se empatar, precisa torcer para que Inter e Palmeiras não vençam seus jogos e que o São Paulo não ganhe por mais de dois gols de diferença. Se perder precisará torcer para que Inter, São Paulo e Palmeiras não vençam seus jogos. Internacional: Precisa vencer e torcer para que o Flamengo não ganhe do Grêmio. Palmeiras: Precisa vencer e torcer para que Flamengo e Inter não vençam seus jogos. São Paulo: Precisa vencer e torcer por uma derrota do Flamengo e que Palmeiras e Internacional não vençam.