Muito bom o acerto entre os empresários do grupo do Beto Scaff e do Iran Campos com o Santo André. Assim Londrina verá de perto, no Estádio do Café, os quatro maiores clubes de São Paulo na disputa do Campeonato Brasileiro. A cidade e a região estão carentes de grandes espetáculos. Santos, Corinthians, São Paulo e Palmeiras serão artigos de luxo para a nossa torcida. Os quatro jogos vão agitar o comércio e todos vão ganhar. Parabéns e que tenham sucesso!
É bom lembrar que Cascavel e a região oeste terão também suas atrações, levadas pelo mesmo grupo: Grêmio e Internacional, para a gauchada fazer a festa.
A Seleção
O Brasil fez o que deveria fazer. Ganhou com sobras do Peru e assumiu o segundo lugar nas Eliminatórias do continente. Com isso, Dunga ganha uma trégua da torcida. Os problemas da Seleção são camuflados pelo triunfo diante do lanterna. Como, no momento, o que importa é a classificação, a paz reina na CBF.
Tudo bem, mas é preciso lembrar que a pressão pode voltar. A disputa é muito equilibrada e o Brasil ainda terá que jogar contra os tradicionais rivais Uruguai e Argentina, fora de casa.
A propósito, os nossos hermanos argentinos foram humilhados na altitude de La Paz. Fazia 51 anos que os gringos não levavam de 6 a 1. E lembrar que Diego Maradona foi garoto propaganda de Evo Morales, o presidente dos bolivianos, quando a FIFA ameaçou cortar os jogos nas alturas. Zonzo pela derrota e pelo ar rarefeito, Dieguito deve estar arrependido de ter batido bola com Morales.
O LEC já foi rico II
Em seus 53 anos de vida, que serão completados neste domingo 5 de abril, o Londrina teve momentos de riqueza não só no poder financeiro como no atrevimento, na coragem. E esse mesmo atrevimento era gerado pelos poderes dos dirigentes que comandavam o clube, homens de dinheiro no bolso e de crédito, acima de tudo.
No começo de sua vida, em 1956, época áurea do café na região, os diretores do então Londrina Futebol Clube buscavam jogadores no Rio de Janeiro para participarem dos jogos. Iam e vinham e muitos deles ficaram por aqui, como Alaor, um atacante que marcou história no clube. Muitos ótimos jogadores vieram com o passar do tempo em contratações de vulto, de grande repercussão.
Para ser campeão paranaense de 1962, o Londrina trouxe o técnico argentino Floreal Garro, de muito sucesso no interior paulista e que estava na Ferroviária de Araraquara. Berto e Paulinho vieram do Botafogo de Ribeirão Preto; Adamastor, do América de Rio Preto; Gabiroba, Luis Santos e Chinesinho chegaram de Minas; Paulo Vecchio, do Internacional de Porto Alegre; e, Zuza, Gauchinho e Eni, do Nacional de Rolândia, numa transação milionária para a época. Todos eram grandes destaques em seus clubes.
Já a partir de 1976, quando entrou no campeonato brasileiro, os investimentos foram maiores ainda. Aqui desembarcaram técnicos consagrados como o carioca Danilo Alvin e o mineiro Gerson dos Santos que tinham trabalhado em grandes clubes de seus estados. E o maior deles foi Armando Renganeschi, o argentino que fez fama no futebol nacional.
Já no lado dos jogadores foram contratados Expedito (revelação do América Carioca); Lauro e Natal (titulares do Cruzeiro de Belo Horizonte); Décio, Arenghi e Raimundo (da Portuguesa de Desportos); Sérgio Américo (do São Paulo); Paulo Rogério, Marco Antonio e Carlos Alberto Garcia (revelações do Corinthians); Paraná e Caldeira (do Colorado de Curitiba) e outros.
Anos antes, em 1973, o Londrina trouxe Gilberto, Darci Menezes e Morais, revelações do Cruzeiro, que voltaram depois e foram titulares absolutos do quadro mineiro. Alguns anos mais tarde chegaram Chicão, lendário volante do São Paulo e da Seleção Brasileira – e Wilson Carrasco, que tinha sido o melhor jogador da Portuguesa no Campeonato Paulista.
No fim da década de 70, outra super contratação do Londrina: Paulinho, o canhão de Pinhal, revelação do paulista Ginásio Pinhalense. O Londrina disputou seu passe com o Internacional de Porto Alegre e diversos clubes paulistas.
É claro que hoje tudo é diferente quando se trata de administrar um clube. Que hoje o dinheiro está mais escasso e difícil, mas é claro, também, que há uma diferença muito grande entre os homens de ontem e os homens de hoje que comandam o nosso futebol. Os de ontem eram homens de credibilidade.