Ão, ão, ão... Segunda divisão! O canto entoado pela torcida do Coritiba enquanto seu time ganhava o jogo se tornou a triste realidade para o Londrina e a sua galera. O Londrina caiu para a segundona paranaense. Lá se foi o único patrimônio de honra que o clube possuía.
O time teve comportamento diferente, jogou com muita garra e disposição, armas que valeram uma virada no placar. E quase que tudo deu certo. Só faltou mesmo um golzinho do Paranavaí contra o Cascavel, onde os dois se acomodaram no zero a zero, resultado bom para ambos. Até o que se pensava ser impossível aconteceu: a própria vitória do Tubarão sobre o Coritiba. É bom que todos entendam que o Londrina não caiu ontem. Sua queda se consumou aos poucos com as fracas atuações e a falta de vitória em casa. E o insucesso que mais marcou o time foi a derrota para o Nacional. Naquele dia comentei: "Essa foi uma derrota para degringolar de vez". E degringolou mesmo. Os jogadores Nas entrevistas de final de jogo, os atletas do Londrina procuraram amenizar a queda com a vitória e a maioria destacou que "se o grupo tivesse a mesma pegada de ontem, nos jogos anteriores, a situação seria outra". Concordo, mas deixo uma pergunta: porque somente ontem eles resolveram mostrar aquela disposição? Correram e jogaram como nunca, mas foi só nesse jogo. Se a essa vontade tivesse sido a tônica nas outras partidas a vitória seria a da classificação para a decisão do campeonato. Acostumados ao insucesso, alguns deles deixaram o campo como se nada de mais grave tivesse acontecido. A clara exceção da regra foi Ricardo, que participou do jogo mesmo contrariando seus procuradores, fez boas jogadas e chorou muito no final. Ele achou que o Londrina tivesse escapado do rebaixamento e quando soube que na composição dos resultados o triste fato estava consumado, chorou muito. A torcida A torcida também se iludiu. Muitos aplaudiram o time no final, mesmo sabendo que a vitória não valia nada no momento. Apenas dois senões no comportamento da torcida. Provocações entre as organizadas, antes do jogo, e a tentativa de agressão ao atacante Rodrigo, na saída do estádio. Ainda como conseqüência do pênalti perdido em jogo anterior. O pior ano O Londrina cai para a segunda divisão de um modo melancólico, diferente de 1998. Naquele ano a estrutura, apesar de tudo, era melhor. O clube não vivia a miséria que vive hoje. A queda consolida, sem dúvidas, o pior ano do LEC. O vexame dado na Copa São Paulo de Juniores e o esfacelamento da sede campestre completam o fracasso total da gestão Peter Silva.
O Londrina perde seus últimos patrimônios, chega ao fundo do poço e se não acontecer uma vira-volta geral, com mudanças radicais e urgentes, nem o poço (para ficar no fundo) ele terá.