Com a presença de 20 dos seus 33 componentes, o Conselho Deliberativo do Londrina se reuniu para determinar passos importantes no futuro do clube. E o encontro parece ter sido bem proveitoso. O duro momento após o rebaixamento para a segunda divisão paranaense e a situação da sede campestre foram os assuntos.
O presidente Peter Silva recebeu uma cobrança direta dos conselheiros quanto ao seu comportamento nessa fase tão difícil. O Conselho quer que Peter haja com os pés no chão, seja mais realista e deixe de criar situações novas e irrealizáveis para abafar os problemas maiores, os financeiros, no caso. Nos contatos que tem com a imprensa, mesmo depois da queda, o presidente do Londrina segue propagando um falso otimismo, como se nada de mais grave tivesse acontecido.
Quanto à sede campestre, único patrimônio físico do LEC, os conselheiros resolveram convocar os associados para uma chamada de capital. Eles são 4.500 ao todo e, se quiserem, podem resolver os problemas do clube. O anunciado leilão do imóvel somente poderá acontecer mais tarde, se não houver correspondência por parte dos sócios remidos.
Todo mundo sabe que há uma construtora querendo negociar o terreno para construir um condomínio residencial em troca da revitalização do clube, no espaço onde estão a sede e as piscinas. E sabe também que há muita gente interessada nesse negócio pelo que o lado imobiliário poderá render.
A decisão do Conselho Deliberativo foi sábia. Esse tinha que ser o primeiro passo. Se a recíproca não for verdadeira, outros caminhos poderão ser seguidos.
O Conselho vai também convocar a torcida e espera dela um apoio ainda maior do que o atual. Quer a presença decisiva da galera na disputa do Brasileiro-D e em campanhas que virão por aí.
Os problemas financeiros
A situação financeira do Londrina é muito grave. O clube não tem dinheiro para nada. Nem para publicar a convocação dos associados, determinada pelo Conselho Deliberativo. Os conselheiros se cotizaram para que o anúncio seja feito.
Os funcionários não recebem salários desde dezembro. Os garotos das categorias menores e suas comissões técnicas estão na mesma situação. Os profissionais estão com quase dois meses de salários atrasados. O drama da falta de dinheiro se torna mais grave a cada dia que passa.
Esse é o pior momento da história do clube que completará 53 anos no próximo domingo. E fica uma certeza: o Londrina só se salvará se acontecer uma mobilização geral. E essa mobilização só será sucesso se, em contrapartida, o clube mostrar transparência e seriedade.