Faltando pouco mais de uma semana para a eleição, os candidatos Gilberto Ponce e Marcelo Caldarelli seguem procurando conquistar eleitores, sócios remidos e patrimoniais do Londrina Esporte Clube. O que se sente é que, apesar de toda a divulgação, os associados do LEC ainda não se entusiasmaram com o pleito. Os remidos continuam escondidos e os patrimoniais, na maioria, sem a disposição de pagar R$. 50,00 para ganhar o direito de ir à urna.
Nas entrevistas dadas pelos dois candidatos, na Paiquerê, deu para perceber que as plataformas são completamente opostas. De um lado, o sonhador Marcelo Caldarelli, prometendo recuperar o clube em todos os sentidos, mas sem expressar a maneira para a realização da dura missão. Do outro, Gilberto Ponce com idéias realistas, sabendo que será preciso um forte trabalho de muita gente para a solução dos problemas a médio ou longo prazo. Caldarelli fala em recuperar a Sede Campestre, em lá realizar um quente Carnaval (como nos velhos tempos), mas não diz a fórmula e ignora que esse patrimônio estará sendo leiloado no próximo dia 20. A antiga sede social do LEC é hoje da Justiça do Trabalho que cobras as muitas ações trabalhistas e tem no imóvel a única garantia. Há antagonismo também quando se fala em VGD e Estádio do Café, na maneira de tocar o futebol profissional e na recuperação do departamento de base, o da formação de novos jogadores. O VGD, todo mundo sabe, é um problema da Prefeitura. Interditado e com partes condenadas, o velho Vitorino Dias foi cedido ao Londrina em comodato que está vencendo agora. E para que a cessão seja renovada será preciso alguém arcar com as responsabilidades de sua recuperação. A municipalidade ou o Tubarão. Na Prefeitura a idéia é o fim do velho estádio e, com sua venda, dar ao Londrina um moderno centro de treinamentos. E, também, a recuperação do Estádio do Café. Enquanto Caldarelli fala em tocar o futebol profissional com apoio de empresários, Ponce destaca que a saída será mesmo a terceirização por alguns anos enquanto sua diretoria cuidará da recuperação do clube em si, das dívidas e dos inúmeros problemas que o Londrina tem. Quando fala em futebol amador, das categorias menores, o projeto de Gilberto Ponce mostra um "recomeço total". Quer dizer, o Londrina terá que começar do zero, mesmo. Sua meta é ter olheiros observando meninos em todos os cantos, mas jogadores sem vínculos com empresários ou procuradores, para que sejam cem por cento do clube. Em dois anos, acredita Gilberto, o resultado positivo começará aparecer com o surgimento de alguns novos talentos.
De qualquer forma caberá ao associado do LEC analisar e decidir se quer um presidente novo com o declarado apoio da Fundação de Esportes e da Prefeitura – ou alguém que já passou pelo clube e fracassou, com a promessa de que agora tudo será diferente. Vamos esperar, oito de novembro está chegando aí!