Todos sabemos que medicina é uma área difícil. Ser médico exige conhecimento e muita dedicação. Um médico pode ser julgado por negligência, pode ser criticado por errar um diagnostico, mas nunca escutamos alguém dizer de que esses profissionais tinham um tipo de rosto especial. Será que é necessário, por exemplo, ser alto e bonitão para ser médico?
Essa pergunta surgiu na minha cabeça quando soube que, na manhã desta terça-feira (27), a jornalista potiguar Micheline Borges fez um comentário em sua página pessoal no Facebook sobre as médicas cubanas que foram contratados pelo programa Mais Médicos, do Governo Federal.
Ela escreveu "Me perdoem se for preconceito, mas essas médicas cubanas têm uma cara de empregada doméstica. Será que são médicas mesmo? Afe, que terrível. Médico, geralmente, tem postura, tem cara de médico, se impõe a partir da aparência. Coitada da nossa população. Será que eles entendem de dengue? E febre amarela? Deus proteja O nosso povo!".
O comentário que Micheline Borges colocou no Facebook, deu a impressão de que para ser médico é necessário frequentar aulas de modelo de passarela. As contestações não se fizeram esperar e ela fechou a sua conta no Facebook.
Vejamos, será que a jornalista Micheline Borges acha que Einstein tinha cara de cientista? Talvez um cientista deveria ir todos os dias ao barbeiro. Talvez Einstein deveria ter feito um curso de teatro para ter uma aparência de cientista.
Uma tristeza que ainda existam pessoas que julgam os outros pela aparência, pelo penteado, pelo rosto, pelo jeito de se vestir ou de caminhar. Tudo isso é tão superficial, tão epidérmico. Uma tristeza mesmo!
Isabel Furini é poeta e escritora. Contato: isabelfurini@hotmail.com