Falando de Literatura

Ilumina-te Cosmópolis! Poema de Andréia Carvalho Gavita

10 out 2015 às 16:45

o calígrafo flutua pela caixa torácica
pluma de ômega, raio de olho violeta
e lábio carmesim

o ciberespaço pontuado
por pássaro hípico
marinho


sua vesícula clara
repleta de aparições
ondulatórias


rasantes, cortes, ravinas


eu, pulmonar aeronave
crivo as garras esticadas
rente ao plexo pontilhado
do sol


é lúdica a liturgia
um ser se eleva pela cosmogonia
das asas


em minha garrafa de gênio
inervada e motora:
uma espinha dorsal ramifica
em trauma etéreo


animo-a, sensitiva lâmpada.


e no plasma fundamento
da vértebra
pavônia poeta
me sopra pelos dedos:


a dor é uma neblina
táctil,
voa.
Andréia Carvalho Gavita é autora do livro de poemas Hábito Escarlate

Pintura de Carlos Zemek - artista plástico e curador, participou de exposições no Brasil, Argentina e Portugal.

Obra de Carlos Zemek.


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