Falando de Literatura

Cannabis - o remédio proibido (Crônica)

16 mai 2014 às 10:47

Maconha tem uso medicinal: o Food and Drug Administration (FDA) – órgão regulador medicamentos nos Estados Unidos - aprovou testes de maconha. Trata-se do Epidiolex, que contém 98% de canabidiol e é indicado para epilepsia.

Crianças com epilepsia grave serão beneficiadas. Quem alguma vez viu uma criança com ataque de epilepsia sabe como é importante que esse remédio chegue da maneira certa até esses doentes. Não é justo deixar essas crianças sofrendo por um preconceito social.


A maconha virou vilã pois durante muitos anos o governo dos Estados Unidos divulgou os danos que fumar maconha pode produzir. Era melhor falar mal da maconha que falar das atrocidades que o militares americanos cometiam no Médio Oriente. Quando uma guerra é desnecessária se faz necessário desviar o olhar do mundo.


Tem pessoas que já se posicionaram contra a maconha como medicamento, elas podem ficar tranquilas, pois o medicamento será controlado. Não será vendido para sustentar um vício, só com finalidades terapêutica e com receita médica. Ou seja, não ensinarão as crianças à fumar, só darão um remédio adquirido em farmácias para diminuir problemas neurológicos.


Escutei uma mãe dizer que se algum de seus filhos tivera epilepsia ela não deixaria dar um remédio feito de maconha. Isso me fez lembrar de uma historinha que escutei na época de escola: Uma criança fala para o tio que comer banana podre é um bom antídoto contra veneno de cobra. O tio, que era muito limpinho, riu da criança e jurou que nunca comeria banana podre. Pois bem, tempo depois o homem foi mordido por uma cobra. Desesperado começou a gritar: quero comer banana podre, quero comer banana podre.


Ou mesmo podemos dizer neste caso. As pessoas que tem familiares sofrendo de doenças como epilepsia, esclerose múltipla ou outros males do sistema neurológico vão aceitar com maior facilidade o uso de derivados da cannabis nos medicamentos.


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está estudando a liberação do canabidiol (com prescrição médica).


Temos que diferenciar uso indiscriminado do uso medicinal. Não podemos ser preconceituosos e negar o direito que esses doentes tem que procurar alívio. Não podemos negar a uma mãe o direito de buscar a cura para um filho epiléptico, porque isso seria falta de fraternidade, seria não ter Deus não coração.

Isabel Furini é escritora premiada


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