O "rolezinho" e o uso das redes sociais que faz aumentar espantosamente esta manifestação social.
Você esta no ano 2000 e pretende convidar 10000 pessoas para um ponto de encontro para um protesto social ou evento.
O Facebook so surgirá em 2004.A menos que você seja dono de alguma mídia como jornal, rádio ou tv, as formas de comunicação à sua disposição são cartazes, panfletos impressos, chamadas telefônicas e seu circulo de amigos para espalhar a noticia. Após o surgimento do Facebook em 2004, e outras redes sociais esta tarefa ficou mais fácil e rápida. Você só precisa ter acesso a internet, uma conta no Facebook e um computador.
Foi assim que este movimento "ROLEZINHO" foi convocado e organizado ao cabo de meia dúzia de cliques, que cerca de 6000 jovens se encontraram no Shopping Metrô Itaquera no dia 8 de dezembro de 2013 a primeira vez. Estes encontros massivos de jovens em shoppings que têm se espalhado por todo o país nas últimas semanas.
Mas você sabe qual o exato conceito do rolezinho? E como essa manifestação popular começou? Quais são, ou foram os motivos que levaram a essas reuniões de centenas e até milhares de pessoas? Como as redes sociais ajudaram a tornar essa prática uma moda e quais as consequências que esse tipo de encontro tem gerado?
Os rolezinhos nada mais são do que encontros de pessoas, em sua grande maioria de jovens, com o objetivo de "dar um role" como diz a gíria popular que significa dar uma volta ou seja: passear, comer um lanche, fazer novas amizades e paquerar.
A diferença destes encontros que já existia em estacionamentos de postos , praças, etc é pela enorme quantidade de participantes, o que foi possível graças ao poder viral da internet e mais especificamente das redes sociais. Foi basicamente através destes eventos criados no Facebook que milhares de pessoas passaram a se reunir em shoppings de várias cidades do Brasil.
A uma outra teoria que diz que este movimento surgiu em 2012 como um encontro de fãs de jovens populares em redes sociais que se comunicam pelas redes sociais para promover encontros que permitissem uma maior proximidade entre seus seguidores. Estes ídolos (Ele não canta, não dança, não aparece na televisão e é um ilustre desconhecido para a maioria dos brasileiros , são pessoas comuns que tem muitos seguidores em seus perfis sócias na rede) são personalidades como Juan Carlos Silvestre, um adolescente de 16 anos que é conhecido na internet como "Don Juan" e possui mais de 50 mil seguidores no Twitter.
Ao mesmo tempo em que estas redes sociais facilitam a organização dos "rolezinhos", a tecnologia também dá chance para que o governo e os próprios shoppings possam descobrir quando e onde serão os próximos encontros e antecipar-se a eles e lançar mão de recursos para impedir que aconteçam.
Como aconteceu com inúmeras páginas no Facebook convocando usuários para participar de "rolezinhos" que foram bloqueadas a pedido dos shoppings, como os rolezinhos do Metrô Tatuapé e Center Norteque desapareceram da rede social.
No entanto, outro tipo de tecnologia desafia a justiça. Mesmo sem o Facebook, os adolescentes dos "rolezinhos" podem contar com outros serviços de troca privada de mensagens, como o WhatsApp, twitter, SnapChat, etc.
Estas plataformas na verdade são que mais têm crescido entre usuários jovens. Só o WeChat, serviço de mensagens diretas que concorre com o WhatsApp, teve um aumento de 1021% no uso por adolescentes em 2013.
O Facebook atento a isso tentou comprar o SnapChat, um aplicativo de troca de vídeos e fotos que se autodestroem em 10 segundos. Mesmo oferecendo 3 bilhões de dólares pela aquisição, a empresa recebeu um "não" da startup como resposta.
Agora me diga:Quanto esforço será necessário se você quiser reunir 10000 pessoas em um ponto de encontro daqui a 50 anos? Talvez a sua maior dificuldade seja decidir qual plataforma é a mais eficaz para a sua empreitada, entre tantas.
A intenção dos rolezinhos em sua essência é aceitável e não fere qualquer tipo de legislação, as pessoas dizem que apenas que a ideia de que os rolezinhos são "protestos" e de que seus integrantes querem invadir os "shoppings dos ricos" é de quem não conhece a periferia. Os rolezeiros querem é se divertir, namorar e comprar roupas de marca. Tudo bem longe da "playboyzada"
Contudo, na prática os encontros estão gerando tumulto nesses espaços privados abertos ao público, ocasionando confusão e pânico o que é um delito criminal. Isso sem falar na infiltração de pessoas mal-intencionadas nesses grupos, as quais querem apenas furtar e promover o caos.
Os lojistas se sentem obrigados a fechar as portas mais cedo e os visitantes, muitas vezes aterrorizados. As administrações dos shoppings entraram com pedidos de apoio judicial para evitar maiores prejuízos. E elas conseguiram decisões a favor da triagem de clientes.
Por exemplo, no dia 10 de janeiro, a juíza Daniella Carla Russo Greco de Lemos expediu uma liminar impedindo o rolezinho programado para o Shopping Itaquera, estipulando uma multa de R$ 10 mil para quem desrespeitar a determinação. A magistrada alega que a Constituição Federal prevê direito à livre manifestação, mas sendo exercida com limites.
"A Constituição Federal de 1988 estabeleceu diversas garantias fundamentais em seu art. 5º. Entre elas a da livre manifestação, o direito de propriedade, a liberdade do trabalho. O art. 6º garante, ainda, como direito social, a segurança pública, o lazer, entre outros. O direito à livre manifestação está previsto na Constituição Federal", afirmou a juíza ao site G1.
"Contudo, essa prerrogativa deve ser exercida com limites. Ora, o exercício de um direito sem limites importa na ineficácia de outras garantias. De fato, se o poder de manifestação for exercido de maneira ilimitada a ponto de interromper importantes vias públicas, estar-se-á impedido o direito de locomoção dos demais. Manifestação em Shopping Center, espaço privado e destinado à comercialização de produtos e serviços, impede o exercício de profissão daqueles que ali estão sediados, bem como inibe o empreendedorismo e a livre iniciativa", complementou Greco de Lemos.
Em Londrina temos dois eventos marcados de "Rolezinho" marcado pela rede social Facebook:
Catuai shopping para o dia 26 de Janeiro
https://www.facebook.com/events/1395398790714944/
Outro dia 22/01 no Boulevard shopping
https://www.facebook.com/events/217652785086023/
Já existe ate um grupo no Facebook:
https://www.facebook.com/groups/656250784433436/
Mas nem todas as notícias sobre os rolês têm origem incriminatória. A iniciativa originada em São Paulo serviu de inspiração para grupos específicos de jovens. Uma dessas reuniões aconteceu no maior centro de compras de Cascavel, no interior do Paraná, onde adolescentes se reuniram na praça de alimentação para ler a Bíblia.
Como disse Ben Rooney, ex-editor de tecnologia do The Wall Street Journal, as tecnologias de comunicação são um recurso moralmente neutro. Isso quer dizer que, numa disputa de interesses, elas podem servir tanto a um lado quanto ao outro.
Caos, violência, tumulto, terror e baderna os brasileiros já estão cansados....Resta saber quando mais rolezinhos do bem com teor mais profundo de manifestações de conteúdo vão ser organizados?
Fonte:
http://exame.abril.com.br/
http://veja.abril.com.br/
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Vera Moraes
www.enterx.com.br