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Uma crônica familiar

31 dez 1969 às 21:33

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O texto a seguir estará na edição de amanhã, 12 de março, da Folha Curitiba. Com ilustração do Marco Jacobsen.

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Adriana De Cunto

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No mês em que entrei de vez no jornalismo, minha sobrinha, Mariana, nasceu. Era agosto de 1986 e antes que você me chame de velha, digo que eu ainda estava cursando a faculdade.


Quando eu me perco no tempo e esqueço há quanto tempo sou jornalista, vou atrás de saber a idade da menina.

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Lembro quando ela fez cinco anos... Quando a garota completou 10 anos, eu já era veterana na carreira. Tinha sido repórter, pauteira. Quando Marianinha (é assim que a chamamos) completou 15 anos, eu já tinha somado outras experiências profissionais, redatora, editora, professora universitária, assessora de imprensa.


Este ano, enfrentei mais um choque de realidade. A Marianinha formou-se em direito. Pela primeira vez na minha vida fui a uma foramtura que realmente significou algo para mim, talvez porque essa sobrinha é como minha filha. E enquanto eu estava por lá vendo o coral tocar aquelas músicas clichês de formatura (''Amigos para Sempre'' é um hit nessas ocasiões) lembrava da menina e da jornalista que cresceram.

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Mariana só poderia mesmo ter feito direito ou jornalismo. Ela criou-se nesse meio ''perturbador''. Lembro que eu levava a menina - ainda no jardim da infância - para passear na Praça Primeiro de Maio, em Londrina, que era em frente da minha casa. O lugar era o preferido para manifestações de trabalhadores e naquela época, em especial, os operários da construção civil viviam em greve. Ficavam parados, na praça, de braços cruzados, esperando as decisões da assembléia da categoria. Um dia, quando cheguei em casa, Marianinha havia enfileirado todas as suas bonecas barbies e susis - e ela tinha dezenas - encostadas na parede da sala. Quando perguntei o que os brinquedos estavam fazendo ali, escutei a resposta inusitada:


- Elas estão em greve.

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Marianinha também provocou uma revolução na escola e um desconforto para a direção do estabelecimento. Para uma exposição dos alunos da pré-escola, a tarefa era cada aluno fazer dois cartazes: um com recortes de revistas de coisas que mais gostava e outro com recortes de coisas que odiava.


Os trabalhos da Mariana foram bastante visitados e arrancavam risadas deliciosas do público. Entre os objetos de desejo da menina estavam muitos batons, perfumes, brinquedos. No outro, o mais odiado, uma única foto do então presidente Fernando Collor de Melo. Quando questionavam a pequena artista o porquê da figura do chefe da nação naquele cartaz impopular, a menina respondia:


- Ele pegou a poupança do meu avô.

As histórias da estudante Mariana se confundem com as histórias da jornalista Adriana. E eu adoro isso.


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