Não importa a idade de seu filho. Nós, mães, na maioria das vezes enxergamos nossos rebentos como pequenos, frágeis e delicados filhotinhos que precisam da gente o tempo todo. E ali estamos, prontos sempre. Deixá-los crescer nem sempre é um tarefa fácil. Necessária, sabemos que é.
Mas confesso que não imaginei que no furacão chamado maternidade os papéis, um dia, pudessem se inverter tão cedo.
Há uma semana, a vida me pregou um susto. Pensa num susto! De uma comemoração pela vida, fui parar direto na UTI. Claro que a notícia foi como um balde de água fria para todos que ali estavam. Desespero, esperança, dor, fé, amor... tudo misturado no pacote de sentimentos. E eu, tentando disfarçar o medo e ser forte como em desenhos animados. Chorar? Só por dentro ou sozinha. Fingir estar tudo bem? Definitivamente não é meu forte.
Saí para o hospital com a imagem de amigos e familiares pálidos, brancos e com olhos arregalados. Mas nada supera a imagem de minha filha chorando muito, desnorteada. Que dor!
Durante minha estadia inusitada, pensava nos meus pais, marido, familiares, amigos e claro, nela. Como estava? Chorando? Calma? E se algo pior acontecesse?
E pra minha surpresa, minha pequena grande moça me enviava as mais lindas palavras de fé e força. Nem mesmo os olhos marejados que denunciavam o sofrimento e medo a faziam titubear. Apresentava-se como uma fortaleza, um alívio para minha dor. Palavras de incentivo e amor. Certamente, assim como eu, chorava longe de mim. Enfrentou seus medos e os encarou de frente.
Hoje estou aqui, firme e não tão forte assim, mas vivíssima da silva, como dizem por aí.
Gratidão é a única palavra que consigo proferir.
Gratidão a Deus, aos meus pais, ao meu companheiro, aos familiares, aos amigos verdadeiros (diziam mesmo que é nessas horas que conhecemos as pessoas) e em especial, a você, filha!!! Nosso amor nos fez superar a dor!