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A droga da morte 2

31 dez 1969 às 21:33

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Crack

Como é a produção

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- São recolhidas as folhas da planta de coca, um arbusto que tem o nome científico de Erytroxylon Coca.

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Descanse em paz, João.


- As folhas são colocadas em uma espécie de piscina com uma solução de ácido clorídrico.

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- O ácido arrebenta as paredes das células vegetais das folhas. Das células da folha de coca extravassa o líquido interno.


- O conteúdo das células vegetais se mistura com o ácido, em um processo parecido com a digestão do estômago humano, formando uma massa.

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- À essa massa se adiciona solvente, que pode ser clorofórmio, acetona, gasolina ou outros produtos semelhantes.


- O solvente atrai todas as substâncias que tenham afinidade química com ele, inclusive a cocaína, mas não se mistura com a massa e continua na forma líquida.

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- O solvente é separado da massa e colocado para evaporar, com a ajuda de lâmpadas e ventiladores, dali saíra a cocaína.


- A massa que sobra é o crack.

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Fonte: Ademar Consalter - perito químico-legal do Instituto Médico Legal (IML) de Londrina---------------------------------


O caminho da droga no corpo humano

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- O crack passa do estado sólido para vapor a 95ºC.


- Quando a droga é fumada, alcança rapidamente o pulmão.

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- No pulmão, que é um órgão muito vascularizado, a droga cai na corrente sanguínea.


- Rapidamente, o crack chega ao cérebro.


- O usuário sente os primeiros efeitos em 10 a 15 segundos depois das primeiras tragadas.


- Apenas cinco minutos depois do uso, os efeitos já não são mais sentidos pelo viciado.


Fonte: Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid)



Crack, a droga da morte


De baixo custo e com grande poder de tornar o usuário dependente, o crack se transforma em um grave problema social para o país


Wilhan Santin


Na década de 1980, os traficantes de drogas do Brasil giravam seus negócios predominantemente em torno de duas substâncias: a cocaína, consumida pelos viciados da elite, e a maconha, que virava ''baseado'' na mão de muita gente. As drogas sintéticas, como o ecstasy, também ganhavam espaço. A história mudaria na década seguinte.


Nos anos 1990, uma droga que já estava sendo consumida nos Estados Unidos começou a ganhar espaço nas ruas brasileiras. O nome veio do barulho que as pedras faziam quando eram queimadas: crack. Surgia a substância que se tornaria um verdadeiro problema social para a maioria das cidades do país. Com uma série de particularidades, o produto feito com as sobras do refino da cocaína resultaria em uma infinidade de viciados, roubos, mortes.


O responsável pela delegacia de homicídios da 10ª Subdivisão Policial, Ernandes Cezar Alves, não hesita em dizer que em torno de 90% dos homicídios que ocorrem em Londrina estão relacionados ao tráfico de drogas. ''Porém, não é possível dizer especificamente qual a porcentagem que está relacionada diretamente ao crack'', ressalta o delegado, que afirma, no entanto, que há casos em que traficantes mandam matar usuários de drogas por conta de dívidas de apenas R$ 10. Tipicamente, os usuários de crack chegam ao ponto de não conseguirem pagar nem mesmo pequenos valores aos donos das ''bocas de fumo''.


De preço baixo e efeito rápido, as pedras de crack são vendidas nas ruas de Londrina por preços que variam de R$ 5 a R$ 10; são queimadas pelos usuários em ''laricas''- cachimbos improvisadas - e o vapor é inalado. Os efeitos são rápidos e devastadores.


Absorvida pela corrente sanguínea, a substância chega ao cérebro em poucos segundos. O efeito é quase instantâneo, não demora mais que 15 segundos. Quem injeta cocaína na veia só sente algum prazer depois de três minutos. Porém, a euforia do crack desaparece rapidamente, em torno de cinco minutos depois da inalação. É aí que bate a tristeza, a depressão. A vontade do usuário é utilizar novamente para voltar a sentir prazer. ''Se eu conseguir R$ 300 em um dia, compro tudo em crack'', revela um rapaz que perambula pelo centro de Londrina pedindo dinheiro.


Os usuários de crack se tornam violentos e passam a viver com medo. Emagrecem e deixam de ter cuidados com a higiene. Para conseguir a droga passam a praticar furtos e roubos. As leis do tráfico não perdoam quem pega fiado e não paga. ''As mortes do tráfico são por dívidas de drogas, acerto de contas ou para mostrar poder'', enfatiza o delegado Alves.


Em outras palavras, o usuário de crack que não encontra tratamento e ajuda acaba encontrando a morte. Outro fato triste é o envolvimento de menores com a droga. De acordo com levantamento feito nos arquivos da FOLHA DE LONDRINA, pelo menos 23 menores morreram assassinados em 2008. Desses, 14 foram executados com diversos disparos de arma de fogo ou golpes de objetos cortantes.


''Quando começamos o nosso trabalho, no ano 2000, o crack não estava espalhado por Londrina, ficava restrito a dois bairros. Hoje se consome muito dessa droga, que é devastadora quimicamente e socialmente. É um problema grave, pois um adolescente que hoje trabalha vendendo drogas - e eles encaram como se fosse um trabalho como outro qualquer - ganha R$ 300 ou R$ 400 em uma noite.

Já o adolescente que é usuário não gera a violência, mas é vítima dela. Nós percebemos que, dos adolescentes envolvidos com o crack, em torno de 50% é dependente e a outra metade trabalha para os traficantes. Se a segurança pública não agir, isso só vai piorar'', ressalta a assistente social Jacqueline Micali, coordenadora do projeto Murialdo da Escola Profissional e Social do Menor de Londrina (Epesmel), que trabalha com menores infratores.


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