Despertar

A vida e os seres iluminados que nos acompanham

30 out 2012 às 03:46

"O amigo é um outro eu. É necessário honrá-lo como um deus. A amizade é a igualdade da harmonia"
Pitágoras

Ter amigos pode parecer um processo natural. Falar que se têm muitos amigos por aí também é bem fácil e soa como uma das coisas mais comuns nos dias de hoje - principalmente com a existência de tantas baladas, happy hours por aí - e essa urgência que as pessoas têm cada vez mais de se socializar (ainda que em ambientes que não necessariamente as agradam) para destacar uma popularidade muitas vezes falsa ou inexistente. O grande diferencial está no SER e/ou TER um amigo de verdade. Aquele que consiga, na prática, segurar a sua barra literalmente e te fazer sentir a vontade ao mesmo tempo ainda que os momentos de aflição estejam berrando dentro de sua alma.


Quando a vida dá uma reviravolta e direciona as circunstâncias forçando você a precisar de um amigo de maneira que não dá nem tempo de você formalizar um pedido de ajuda, as coisas passam a ser infinitamente diferente. Nesse momento você não só passa a conhecer aqueles que verdadeiramente te amam como também entende o que se passa no coração daqueles que se afastam.


A Doutrina Espírita sempre nos lembra que quando há uma afinidade profunda entre dois seres - ainda que nesta vida não levam consigo nenhum grau de parentesco - muito possivelmemte já houveram outros contatos e convivências em vidas anteriores. A semelhança de pensamentos, a cumplicidade dos atos e a harmonia com que se estabelece um relacionamento não necessariamente estão ligados apenas a educação, cultura ou forma de encarar uma sociedade, mas também e muito provavelmente às ligações do passado e a "bagagem" de informações que ambos espíritos trazem na atual existência.


É por isso que muitas vezes não se explica os ótimos relacionamentos entre meros conhecidos e de grupos familiares totalmente diferentes em comparação com membros de uma mesma família que não conseguem viver harmoniosamente.


Então a vida nos direciona para esses "anjos". São pessoas que vivem por aí e que "pelo acaso do destino" cruzam nossas vidas como quem não quer nada, sem intenção nenhuma como se não fosse fazer diferença. Os verdadeiros são justamente aqueles que menos esperamos a concretização de alguma atitude. Os falsos geralmente são aqueles que vivem se expressando, dando sinal de vida afirmando ser amigo para toda hora e que se coloca a disposição o tempo todo num discurso lindo. Na hora do "vamos ver" é o primeiro a desaparecer.


E com o tempo você passa a observar quem é realmente o amigo. Com o tempo você começa a enumerá-los, destacá-los. Começa perceber que são pouquíssimos aqueles que são amigos com letra maiuscula. E vai percebendo quão raro são os momentos que você se sente verdadeiramente acolhido ou com a mente tranquila para depositar naquele outro ser tamanha atribuição: compartilhar a sua vida.


O grego Pitágoras - o pai da matemática - profundo estudioso e filósofo acerca da vida humana, esclarece com muita propriedade: segundo ele, os verdadeiros amigos sabem que sua união comporta mais deveres do que direitos. E nos dá um manual de instruções sobre os relacionamentos entre amigos quando diz:


- escolhe para um amigo o homem melhor e mais virtuoso;
- esforça-te para não se desviar do amigo por qualquer falta;
- evita transformar os amigos em inimigos;


E finaliza com um belo ensinamento nos fazendo refletir sobre a verdadeira essência da amizade: "... Em cada novo encontro, os verdadeiros amigos enchem-se de mais alegrias, inspiram-se mais afeição e confiança. Instruem-se com seus progressos, estimulam-se mutuamente para o novo esforço e sentem-sem viver plenamente um no outro e confundi-se na mesma harmonia divina".

Além de Pitágoras, o grande Chico Xavier já nos lembrava sobre essa essência - do verdadeiro amigo - que parece ter se banalizado com o tempo mas que exige de todos nós a maturidade suficiente para, inclusive, passar a entender aqueles que podem nos servir como amigos mesmo ou não. Dizia Chico: "a amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo".


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