A importação de vinhos pelo Brasil cresceu 3% em 2011. A informação é do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), com base em números coletados junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). De janeiro a dezembro do ano passado, entraram no País 77,6 milhões de litros de vinho estrangeiro, vindos de 31 países, ante 75,3 milhões de litros que ingressaram no Brasil nos 12 meses de 2010, originados de 30 nações. Este é o maior volume de vinho já importado pelo Brasil, superando o antigo recorde de 2010. Desde 2004, quando foram 39,1 milhões de litros de vinho estrangeiro entraram no Brasil, o crescimento nas importações praticamente dobrou, somando 98,7%.
Conforme avaliação do presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Alceu Dalle Molle, o ingresso de vinho importado no Brasil voltou ao normal em termos percentuais, depois de um crescimento atípico em 2010, quando o acréscimo na entrada de rótulos estrangeiros aumentou 27%. "Como o selo de controle fiscal entrou em vigor em janeiro do ano passado, os importadores aproveitaram para fazer estoques em 2009", explica. Agora o ritmo de importações voltou à média histórica de 2% a 3%, como em 2009, quando o crescimento nas importações de vinhos foi de 2%, interrompendo até uma pequena queda em 2008, quando entraram 57,9 milhões de litros contra 60 milhões de litros em 2007. "Ao contrário do que se dizia, o selo fiscal não atrapalhou as importações de vinhos, só ajudou a normalizar o mercado", observa Dalle Molle. Desempenho por país O levantamento do Ibravin junto ao Mdic ainda demonstra que ampliou-se a oferta de vinhos estrangeiros no Brasil. Em 2010, quatro países – Chile, Argentina, Itália e Portugal – foram responsáveis pelo envio de quase 90% do vinho importado ao Brasil. A situação mudou em 2011, com a queda para 72% do total na participação dos vinhos chilenos, argentinos, italianos e portugueses à venda no país. A alteração é decorrente do aumento da entrada de vinhos espanhóis (+32%), australianos (+95%), neozelandeses (46%) e gregos (+97%). E também à queda nas importações de vinhos argentinos (-2%) e a estabilização dos chilenos (+0,75%). Quem mais perdeu mercado no Brasil foram os vinhos britânicos (-79%) e africanos (-46%). Os chilenos continuam na liderança do ranking de maiores exportadores de vinho ao nosso País, com o envio de 26,7 milhões de litros em 2011. O Chile, sozinho, vendeu 37% a mais do que todo o volume de vinhos finos brasileiros comercializados no mercado interno, que somou 19,5 milhões de litros no ano passado. A Argentina segue na segunda posição, com 17,7 milhões de litros colocados no ano passado. Em terceiro, aparece a Itália, que mandou 13,1 milhões de litros de vinhos ao Brasil em 2010, praticamente o mesmo volume de 2010. E Portugal exportou 8,6 milhões de litros no ano passado, um saldo positivo de 6,2% sobre o mesmo período do ano anterior. A lista dos 10 países com maior volume de vinhos comercializados no Brasil ainda é composta, assim como no ano passado, pela ordem decrescente, por França (5,1 milhões/l, +20,4%), Espanha (2,8 milhões/l, +31,7%), Uruguai 1,3 milhão/l, +0,8%), África do Sul (053 milhão/l, -45,8%), Austrália (0,8 milhão/l, +95,2%) e Estados Unidos (0,37 milhão/l, +68,7%). Alemanha e Nova Zelândia permanecem na 11ª e 12ª posição. Ranking dos países que mais exportaram vinhos estrangeiros para o Brasil em 2011: 1º Chile 2º Argentina 3º Itália 4º Portugal 5º França 6º Espanha 7º Uruguai 8º África do Sul 9º Austrália 10º Estados Unidos Informações do Ibravin.
Diego Juchnievski