A vida como ela foi (1º capítulo) – O início

31 dez 1969 às 21:33

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Como toda sexta-feira que antecede um sábado de folga, convoquei as amigas para uma balada nervosa. O destino foi óbvio: Valentino (a programação era um show cover do U2, que eu adoro!).
Estava pseudo-namorando um cara há mais de seis meses mas o lance não estava mais tão interessante e eu me sentia entediada e com vontade de mudar. Antes de sair de casa fiz uma coisa estranha: olhei bem para o céu e pedi, sem vergonha nenhuma, para Deus colocar na minha vida um cara legal, que tivesse a ver comigo.
Saí de casa animada para uma noite sensacional. Sabe aqueles dias em que vc sente que alguém ouviu seu pedido e vai dar uma mãozinha? Foi assim comigo naquele 7 de março de 2008.
Cheguei no bar com mais uma amiga e as coisas já começaram ruins: a pista estava lotada e a gente não ia conseguir entrar para o show.
Como o resto da mulherada já estava lá dentro, decidimos esperar na casinha até começar a discotecagem. Fui até o balcão interno pegar uma cerveja e um cara bem tipão me cantou. Disse: Você é muito linda, sabia?
Não sei o que me deu, mas fiquei sem reação. Ignorei o bonitão como se eu não estivesse nem aí para ele. Quando entrei no bar, cerca de dois segundos depois do meu fora involuntário, fiquei besta comigo mesma.
Como que eu peço um cara bacana e quando um vem falar comigo eu viro a cara para ele? Prometi que se tivesse outra chance, não iria desperdiçar.
O show acabou e entrei com minha amiga para a pista interna, onde o resto da galera esperava. Assim que nos encontramos, vi que ao nosso lado havia um grupo de três caras bem interessantes. Estrategicamente passei por eles alguns minutos depois e um deles (o Cláudio) me parou com um simples Oi. Respondi e ele me disse que um amigo queria me conhecer. Usei de bom humor e disse que aquela cantada era bem manjada. O bonitão então admitiu que era ele mesmo que queria falar comigo e eu respondi que achava ótimo.
Conversamos por alguns minutos e eu disse que precisava ir ao banheiro (é bom fazer isso para ver se o cara vai sumir ou ficar ali esperando).
Quando voltei minha surpresa: o Cláudio estava conversando com outra menina. Respirei e fui até onde estavam meus amigos. Vi que ele me olhou mas me recusei a fazer qualquer coisa (vai saber quem era aquela?).
Comecei um papo com o amigo de um amigo e depois de um tempo, vi que a menina tinha desaparecido. O Cláudio continuava lá e resolvi dar mais uma chance: passei por ele outra vez e ele de novo me parou. A menina, segundo ele, era só uma amiga.
Enfim, conversamos um monte, nos beijamos e o Cláudio me pediu uma carona.
Saímos do bar depois das três e meia e, no meio do caminho, o Cláudio me pediu para que não o levasse para casa. Disse que queria ficar mais tempo comigo.
Não sou nenhuma tonta e sei o que ele quis dizer com aquilo. Confesso que relutei em ir adiante (resquícios da educação moralista dada às moças!), mas admito que estava extremamente atraída por ele.
Acabamos a noite em um motel e foi tudo ótimo. Parecia que a gente já se conhecia, já sabia o que fazer e como fazer.
Cheguei em casa às sete da manhã e, antes de deixá-lo, o Cláudio me pediu meu telefone. Dei imaginando que ele estava apenas sendo gentil. Não sei porque mas achei que era muita areia para meu caminhão (até eu, que me considero o último biscoito do pacote, tenho crises de auto-estima).
A surpresa mais legal do fim de semana foi uma mensagem dele, lá pelas duas da tarde, enquanto eu estava na estrada a caminho da casa de meus pais: Feliz Dia das Mulheres! Beijos.
Adorei!!! Agradeci e ele me convidou para um vinho com filme à noite. Disse que não podia e ficamos de nos ver outro dia.
Vai dizer que não é para se empolgar?
Eu tinha pedido com muita vontade para conhecer um cara legal naquela noite.
Me aparece um homem lindo de morrer que manda mensagem e me convida para um filme com vinho.
Tudo que eu podia querer!!!
Mas eu estava a quilômetros de distância. Tudo que me restava fazer era esperar. E foi o que eu fiz.