A revista Claudia desse mês traz uma extensa matéria sobre como acompanhar o uso que os filhos fazem da internet. Dá várias dicas, a maioria na linha do "vigie sempre".
Confira um trecho da reportagem:
"É interessante que os pais visitem as redes sociais de que os filhos fazem parte, observando as comunidades em que se integram, os recados deixados pelos amigos, as fotos publicadas e até os colegas que ele adicionou, tentando conhecer, na medida do possível, a procedência desses contatos. As páginas são públicas e, por isso mesmo, não há mal nenhum em visitá-las. Também é imprescindível indagar sobre os amigos com quem conversam nos programas de mensagem instantânea. Freqüente a página do Orkut de seu filho e siga os links para os amigos dele", orienta Adelize Generini de Oliveira, autora do livro GUIA PARA PROTEGER SEU FILHO NA INTERNET (EDITORA RELATIVA)."
Meu problema com esse tipo de matéria é que não há uma linha em todo o texto explicando que o Orkut, por exemplo, não deveria ser frequentado por menores de 18 anos simplesmente porque a Google (que é proprietária do site) não aceita esse tipo de afiliação, assunto que já abordei em artigo publicado na Folha de Londrina.
Acho muito temeroso que as pessoas considerem normal vigiar crianças como parte de uma prática educativa. O que usuários da internet de todas as idades precisam aprender é que utilizar um meio de comunicação como a web exige um certo grau de responsabilidade. Trata-se de aprender a conviver e lidar com a informação e todas as suas implicações.
Num horizonte mais amplo de análise, esse aprendizado pelo qual todos estamos passando, uma vez que a internet é ainda um veículo novo, em formação, deverá nos levar cada vez mais em direção a uma cultura de acesso a informação. Uma cultura que ache normal que informações sejam realmente públicas e não privilégio de poucos. E que educar seja uma melhor opção para nossas crianças que a vigilância.