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Vigiar, sim. Educar, não

31 dez 1969 às 21:33

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A revista Claudia desse mês traz uma extensa matéria sobre como acompanhar o uso que os filhos fazem da internet. Dá várias dicas, a maioria na linha do "vigie sempre".

Confira um trecho da reportagem:
"É interessante que os pais visitem as redes sociais de que os filhos fazem parte, observando as comunidades em que se integram, os recados deixados pelos amigos, as fotos publicadas e até os colegas que ele adicionou, tentando conhecer, na medida do possível, a procedência desses contatos. As páginas são públicas e, por isso mesmo, não há mal nenhum em visitá-las. Também é imprescindível indagar sobre os amigos com quem conversam nos programas de mensagem instantânea. Freqüente a página do Orkut de seu filho e siga os links para os amigos dele", orienta Adelize Generini de Oliveira, autora do livro GUIA PARA PROTEGER SEU FILHO NA INTERNET (EDITORA RELATIVA)."

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Meu problema com esse tipo de matéria é que não há uma linha em todo o texto explicando que o Orkut, por exemplo, não deveria ser frequentado por menores de 18 anos simplesmente porque a Google (que é proprietária do site) não aceita esse tipo de afiliação, assunto que já abordei em artigo publicado na Folha de Londrina.

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Acho muito temeroso que as pessoas considerem normal vigiar crianças como parte de uma prática educativa. O que usuários da internet de todas as idades precisam aprender é que utilizar um meio de comunicação como a web exige um certo grau de responsabilidade. Trata-se de aprender a conviver e lidar com a informação e todas as suas implicações.

Num horizonte mais amplo de análise, esse aprendizado pelo qual todos estamos passando, uma vez que a internet é ainda um veículo novo, em formação, deverá nos levar cada vez mais em direção a uma cultura de acesso a informação. Uma cultura que ache normal que informações sejam realmente públicas e não privilégio de poucos. E que educar seja uma melhor opção para nossas crianças que a vigilância.


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