Ok, muita gente deve ficar muito brava com a afirmação do título. Mas esclareço: a ideia não é minha. É do escritor Bruce Sterling. Para ele, a dependência de "conexões" é intimamente ligada a a pobreza. "Poor folk love their cell phones" (Gente pobre adora seus celulares)!, decretou em discurso em Austin.
Sem insistir na polêmica, a questão fundamental por trás do Twitter (e do Orkut, Facebook etc) é saber por que as pessoas se dispõem a se expor tanto por tão pouco na web. Para Virginia Heffernann, do New York Times, o que Sterling propõe é que aquelas pessoas sem outras opções melhores na vida é que são obcecadas em estarem conectadas o tempo todo.
Já quem é rico (seja em opções, seja financeiramente) pode se dar ao luxo de não se submeter a qualquer círculo social, e sim cultivar seus próprios círculos.
Será que estamos na web por falta de opção? Estamos disponíveis o tempo todo, em todo tipo de mídia, para o caso de alguém, talvez, precisar de nós não é um sinal de que não somos tão requisitados assim em primeiro lugar?
O tema é polêmico. Mas também bastante relevante. Antes de decretar que o Twitter revoluciona, muda tudo, talvez seja o caso de pensar melhor porque aderimos tão facilmente a ele. Será que somos capazes de ver o que ele nos traz de positivo?
O especialista em organização pessoal Peter Walsh defende o fim da ditadura das conexões na nossa vida. Para Walsh, celulares, videogames, computadores são formas caras e elaboradas de nos mantermos longe das conexões que realmente importam.
Não se trata de demonizar a tecnologia, mas de aprender que ela tem seu lugar. Para Walsh, quem não conseguer passar por uma refeição em família sem se distrair com o envio de SMS, deixa de lado a conexão humana, palpável, por outra não tão significativa. É nesses momentos que, ensina, as pessoas precisam aprender a determinar limites.
Se interessou pelo assunto? Confira mais em:
- O desafio de Peter Walsh na Oprah
- Let them eat tweets - New York Times Magazine