Outro dia recebi um e-mail de um rapaz que comprou um carro novo numa concessionária de Curitiba e recebeu um que supostamente já tinha sido batido. A mensagem foi uma forma do rapaz contar a epopéia pela qual ele passou para conseguir um outro carro, realmente novo, com a concessionária.
Você conhece esse tipo de email. Normalmente são escritos na primeira pessoa e contam a história de alguém próximo. Já recebi vários do gênero. E acho ótimo. Se antes o consumidor insatisfeito podia reclamar para meia dúzia de amigos, agora, com a internet, é possível espalhar a reclamação de forma muito mais eficiente.
No entanto, é preciso ter cuidado na hora de colocar a boca no trombone. A internet é um meio de comunicação e divulgar informações imprecisas na web pode acabar num processo judicial.
Toda reclamação tem limites. Se você teve uma má experiência num hotel, por exemplo. Digamos que você encontrou uma barata no banheiro (um momento que você registrou com sua câmera digital). E na hora de fechar a conta uma despesa que você não havia feito apareceu na fatura, mas depois de você reclamar, o gerente cancelou o cobrança indevida.
Do que você tem prova? Da barata. Então divirta-se. Pode publicar a foto e contar a história. Mas e o problema com a conta? Bem, disso você não tem prova, certo? Ah, você guardou a fatura errada? Mas o hotel tem a fatura quitada por você e com o valor certo.
A palavra certa aqui é precisão. Não tente engordar sua reclamação com coisas que você acha que a empresa pode ter feito de errado. Se atenha a apenas aquilo que você tem certeza que foi ilegal da parte da instituição e do qual tem provas.
E não esqueça de reclamar no Procon e até mesmo procurar assistência jurídica em casos mais graves. Protestar na internet não é o caminho certo para resolver seu problema. É só uma forma de ajudar outros consumidores a evitar uma dor de cabeça igual a sua.