O roteirista e diretor americano Paul Thomas Anderson é o mais talentoso e autoral cineasta de sua geração. Discípulo assumido de Robert Altman, ele tem construído uma carreira sólida desde Jogada de Risco, seu primeiro longa, de 1996. Ao longo das décadas seguintes, foram poucos filmes realizados, porém, sãos obras extremamente consistentes. Em Vício Inerente, que ele adaptou do romance de Thomas Pynchon e dirigiu em 2014, é possível dizer muita coisa, mas, é bem complicado tentar resumir sua história. Pense em uma mistura de O Grande Lebowski com Chinatown e outros clássicos policiais americanos. A ação se passa em 1970, na região sul da Califórnia. Neste cenário lisérgico, o detetive Doc Sportello (Joaquin Phoenix), após ser procurado por uma ex-namorada, inicia uma investigação, se é que podemos chamar assim. Vício Inerente é aquele tipo de filme que exige uma segunda ou terceira conferida. É impossível captar em uma única vez tudo o que acontece na tela. Anderson, além do rigor que tem na composição das cenas, é também um excelente diretor de atores e, da mesma forma que Altman, quanto mais atores em cena, melhor. Além de Phoenix, brilhante no papel, outro grande destaque é a atriz Katherine Waterston, que interpreta Shasta Fay, a ex-namorada de Sportello.
VÍCIO INERENTE (Inherent Vice - EUA 2014). Direção: Paul Thomas Anderson. Elenco: Joaquin Phoenix, Josh Brolin, Owen Wilson, Reese Witherspoon, Benicio Del Toro, Maya Rudolph e Katherine Waterston. Duração: 148 minutos. Distribuição: Warner.