Poema de Isabel Furini
O sonho do bibliotecário
era ser um relojoeiro.
Ele testava os relógios de água
em um pequeno aquário.
O relógio mais antigo
Era um relógio ao contrário,
pois não fazia tique-taque
seu ritmo era taque-tique.
Os relógios suiços, zangados
com desprezo perguntavam:
- Esse relógio está louco?
Não se cansa de fazer taque-tique?
O relógio ao contrário falou:
- Neste mundo é preciso
ser muito tolerante,
pois se todos fôssemos iguais
este mundo seria sufocante.