A pequena Cici estava sentada embaixo da grande árvore, tristonha. Nem levantou a cabeça quando a irmã e as primas chamaram por ela.
- O que aconteceu com ela?
- Sei lá. Essa menina é estranha. Disse que tem medo de brincar aqui fora. Já falei para minha mãe que eu não ia brincar com ela aqui na casa da vó.
- Coitadinha! Vai na frente com as meninas que eu vou fazer umas coisas.
Luíza, um pouco mais velha que as outras, era muito carinhosa com as primas. Morava com a avó naquela enorme casa velha, com um grande quintal cheio de árvores e conhecia todos os cantos, esconderijos e folhagens do lugar. As primas vinham de longe visitar a avó apenas no Natal e neste verão Cici havia completado 6 anos, portanto já podia brincar com todos lá fora, no bosque.
A prima mais velha, queria que a pequena estivesse junto e foi conversar com ela.
- Oi lindinha. Por que está sentada aí? Venha brincar com a gente.- Eu tenho medo desse lugar. As árvores são muito grandes e fazem um barulho.
A prima sentou ao lado dela olhando para a copa das frondosas árvores, que para ela eram lindas e conhecidas.
- É mesmo. Que cor é o talismã que você ganhou?
- O que é isso?
- Você não ganhou um talismã da vovó quando chegou aqui? Aquele para proteger do medo de ficar aqui fora?
- Não. Ninguém me deu nada.
- Então eu vou lhe dar o meu, depois eu peço outro para a vovó.
Luíza tirou uma pequena pedra verde brilhante do bolso e deu para a prima.
- Só que não pode mostrar nem contar para ninguém, senão não funciona. Só a vovó que pode saber. Pronto. Agora você pode ir brincar com a gente que não vai mais ter medo.
A pequena Cici segurou a pedra com força e olhou as enormes árvores balançando. Seus olhinhos verdes começaram a brilhar e ela pegou a mão da prima, agora sem hesitar.
- Tudo bem, não estou mais com medo. Já posso ir.
À noite, Luíza foi dar boa noite para a vovó e confidenciou:
- Preciso de outra pedra verde. Dei a minha de novo. Outra criança com medo. Dessa vez foi a Cici...
Fim